Autoridades indianas confirmaram ter lançado, esta segunda-feira, um ataque aéreo na Caxemira paquistanesa e abatido "um grande número" de militantes do grupo islâmico JeM, em resposta ao atentado-suicida, na semana passada, que matou 42 pessoas na Caxemira indiana.
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O secretário do Exterior, Vijay Gokhale, afirmou que a Índia atingiu "o maior campo de treinos" do JeM na região de Balakot, confirmando assim a escalada de tensão entre os dois países vizinhos
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, recebeu esta manhã o Comité do Gabinete de Segurança e à saída da reunião o ministro de Recursos Humanos, Prakash Javadekar, declarou que "este foi um passo necessário da Força Aérea e que todo o país apoia as forças armadas".
Horas antes, o Exército do Paquistão já tinha afirmado que caças indianos entraram no território paquistanê. "Depois de uma resposta eficaz da Força Aérea do Paquistão", combatentes indianos lançaram explosivos e fugiram, escreveu o porta-voz do Exército, Asif Ghafoor, no Twitter.
Na mesma publicação, o porta-voz partilhou fotografias que mostram uma cratera e restos do que aparenta ser uma bomba.
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Segundo Asif Ghafoor, não foram registadas quaisquer vítimas nem danos, durante a operação indiana na área de Balakot, na província de Khyber Pakhtunkhwa, um território fora da região disputada da Caxemira.
Na semana passada, 42 pessoas morreram num atentado suicida que ocorreu na Caxemira indiana, tornando-se o mais mortífero ataque desde 2002.
Reivindicado pelo grupo islâmico JeM, o atentado-suicida foi perpetrado com uma carrinha carregada de explosivos detonada perto de uma coluna de 78 veículos transportando cerca de 2.500 membros da Central Reserve Police Force (CRPF), uma força paramilitar.
A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947.
O total das forças indianas na parte controlada por Nova Deli é estimado em cerca de 500 mil efetivos.
Uma rebelião separatista mortífera destabiliza a Caxemira indiana desde 1989.
A Índia acusa o Paquistão de apoiar de forma dissimulada as infiltrações na sua parte do território e a própria revolta armada, o que Islamabad sempre negou.