Donald Trump e Kim Jong-un estão reunidos, esta quarta-feira, naquela que é a segunda cimeira entre os Estados Unidos e Coreia do Norte, cujo objetivo é atingir a desnuclearização do segundo. Trata-se da segunda reunião entre os líderes, depois do histórico encontro em Singapura, em junho.
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Reunidos no Sofitel Legend Metropole Hanoi, em Hanói, Vietname, os dois líderes procuram pôr fim ao último grande legado da Guerra Fria: as tensões na península coreana, o que acarretaria a desnuclearização de Pyongyang e a assinatura de um acordo de paz.
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Os dois líderes posaram para a fotografia, com um aperto de mão, antes de se reunirem num frente-a-frente de 20 minutos, segundo o programa difundido pela Casa Branca.
"Acho que a primeira cimeira foi um grande sucesso e tenho esperanças de que esta será igual ou melhor", disse o presidente norte-americano, que tem seduzido o regime norte-coreano com boas perspetivas económicas caso aceite a desnuclearização e se insira na comunidade internacional.
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Questionado se esta cimeira poderia culminar numa declaração política que impulsione a assinatura de um tratado de paz - a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou com um armistício - Trump afirmou: "Vamos ver".
Kim Jong-un disse estar "confiante em alcançar ótimos resultados que são bem recebidos por todos".
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Antes da cimeira, Trump tinha afirmado serem "falsas" as informações de que estaria disposto a fazer cedências ao líder norte-coreano, antes de este adotar medidas concretas para a desnuclearização.
Após o encontro a sós, os dois líderes vão jantar acompanhados das respetivas delegações. Trump vai ser acompanhado pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, e pelo chefe de gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney. Kim estará com Kim Yong Chol, negociador-chave nas negociações com os EUA, e Ri Yong Ho, ministro dos Negócios Estrangeiros. Estarão ainda presentes intérpretes de ambas as delegações.
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A organização da cimeira no Vietname, outrora devastado por bombas norte-americanas, mas que é agora um importante parceiro económico e aliado de Defesa dos EUA, visa precisamente encorajar Kim a replicar aquele processo.
Trump e Kim reuniram-se pela primeira vez em junho passado, em Singapura. A histórica cimeira terminou, no entanto, sem nenhum compromisso da Coreia do Norte no sentido de abandonar o seu arsenal nuclear.
A Coreia do Norte sofreu já décadas de isolamento e pobreza extrema, incluindo períodos de fome que causaram milhões de mortos, mas não abdicou de desenvolver um programa nuclear como garantia de sobrevivência do regime.
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Um tratado de paz que pusesse fim à Guerra da Coreia permitiria a Trump fazer História e encaixaria na sua oposição a "guerras eternas" dispendiosas para os EUA.
Mas isso poderá implicar a retirada dos 28.500 soldados norte-americanos estacionados na Coreia do Sul, antes de Pyongyang se comprometer com medidas concretas para a desnuclearização.