Uma falha mecânica num veleiro que fazia o percurso entre o Brasil e os Açores levou à descoberta de mais de uma tonelada de cocaína, em Mindelo, Cabo Verde.
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O caso começou em agosto, mas os novos desenvolvimentos foram revelados esta semana. Dois brasileiros, Daniel Guerra e Rodrigo Dantas, foram contratados pela agência de recrutamento de tripulação "The Yacht Delivery Company", com sede na Holanda, para transportarem um veleiro de 72 pés, de bandeira inglesa, que saiu de Salvador, no Brasil, com destino aos Açores.
Antes de partir, o veleiro Rich Harvest foi revistado durante seis horas pela polícia federal e cães farejadores, tendo recebido autorização para começar a viagem. No entanto, a meio de percurso, teve que fazer uma paragem em Mindelo, Cabo Verde, devido a uma avaria.
O problema para os cidadãos brasileiros começou com a descoberta de mais de uma tonelada de cocaína, escondida num fundo duplo, coberto com ferro e cimento, que os tripulantes alegam desconhecer.
O proprietário do barco, George Fox Saul, um cidadão inglês com residência em Gibraltar, esteve no Brasil durante todo o processo de reconstrução do veleiro, mas agora está desaparecido e é procurado pela Interpol.
Quando os quatro tripulantes do veleiro foram presentes ao juiz do Segundo Juízo do Tribunal de Barlavento, depois da apreensão da droga, dois deles ficaram em prisão preventiva.
Daniel Guerra e Rodrigo Dantas ficaram com termo de identidade e residência, por não estarem no veleiro no momento da apreensão, mas, na passada sexta-feira, o Tribunal da Relação de Barlavento emitiu um mandato de detenção para os dois homens, que agora se encontram presos e numa batalha judicial e nos meios de comunicação para provar a inocência.
Contactado pelo JN, um representante do Porto dos Açores confirmou que não existe nenhum documento que comprove a chegada de um veleiro com as características do Rich Harvest a nenhum dos portos dos Açores.