A violação coletiva de uma estudante num autocarro em Nova Deli levou, esta quarta-feira, às ruas habitantes indignados que exigiram respeito pelas mulheres, enquanto a presidente do partido no poder, Sonia Gandhi, exortou o Governo a reagir.
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Os manifestantes concentraram-se diante da residência da chefe do Governo de Nova Deli, Sheila Dikshit, para protestarem contra a violação de uma jovem de 23 anos, no domingo à noite, quando regressava do cinema com um amigo.
"Queremos direitos iguais para as mulheres", podia ler-se em faixas transportadas pelos manifestantes.
Na Índia, com uma sociedade dominada pelos homens e onde as agressões nas cidades são frequentes, são cada vez mais os que defendem que os poderes públicos devem acabar com a ideia de que as mulheres são responsáveis pelas violações de que são alvo.
A polícia utilizou canhões de água quando alguns manifestantes tentaram arrancar barreiras que protegiam o acesso à residência oficial de Sheila Dikshit.
Sónia Gandhi, líder do partido do Congresso, considerou que a violação é um motivo de vergonha para a capital federal e merece "a atenção urgente do governo".
No parlamento, o ministro do Interior, Sushilkumar Shinde, anunciou que serão proibidos de circular os autocarros com vidros escuros e cortinas, uma medida com efeitos imediatos.
Segundo a polícia, a jovem foi violada num autocarro por seis homens, incluindo o motorista, antes de ser atirada para fora do veículo. Antes da violação, o amigo da estudante, um engenheiro informático de 28 anos, foi espancado com barras de ferro. Foram ambos hospitalizados.
Quatro dos presumíveis culpados foram detidos na segunda-feira.
Os violadores na Índia são passíveis de condenação a dez anos de prisão.
O número de violações no país mais que duplicou entre 1990 e 2008, de acordo com os dados oficiais. Segundo a polícia, Nova Deli está à frente das cidades indianas menos seguras, com um registo de 459 casos de violação em 2009 e 489 em 2010.