Kaja Kallas prestes a tornar-se a primeira mulher a chefiar um governo na Estónia

Kaja Kallas tem 14 dias para ganhar apoio para uma maioria parlamentar
AFP
A líder da oposição na Estónia, Kaja Kallas, foi esta quinta-feira designada para o cargo de primeira-ministra daquele país báltico, a primeira mulher a assumir tal função, aguardando neste momento o apoio do Parlamento estónio.
Kaja Kallas, líder do Partido Reforma, é uma europeísta convicta e é filha do antigo primeiro-ministro estónio Siim Kallas.
Aos 43 anos, a política vai substituir Jüri Ratas na liderança governativa, que anunciou a sua renúncia na quarta-feira, após a descoberta de um alegado escândalo de corrupção envolvendo a sua força partidária, o Partido do Centro.
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A justiça estónia suspeita que o Partido do Centro recebeu doações de uma imobiliária em troca de consentimento para projetos de construção.
A demissão de Jüri Ratas fez cair a coligação de centro-direita no poder, que integrava o partido de extrema-direita EKRE.
"O povo estónio e eu esperamos que a Estónia tenha rapidamente um Governo ativo e competente, focado em lidar com a pandemia [da doença covid-19] e a crise económica", declarou a Presidente do país báltico, Kersti Kaljulaid, num comunicado.
O partido de Kaja Kallas foi o mais votado nas eleições legislativas de 2019, mas não conseguiu garantir uma maioria absoluta e falhou a constituição de uma coligação governamental.
Antiga eurodeputada, Kaja Kallas é uma acérrima defensora da inovação, acreditando que a regulamentação não deve colocar entraves à revolução tecnológica digital.
Defensora dos direitos das pequenas e médias empresas, a política argumenta que a imposição de fronteiras no mundo digital impede o surgimento de empresas inovadoras.
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Kaja Kallas tem agora 14 dias para conseguir ganhar o apoio de uma maioria parlamentar.
O partido de Kallas e o Partido do Centro, de Jüri Ratas, anunciaram, entretanto, que iniciaram conversações políticas para uma eventual coligação.
Nas últimas três décadas, desde que a Estónia recuperou a sua independência (1991) com o desmembramento da antiga União Soviética, estes dois partidos têm-se alternado na liderança do Governo estónio.
As duas forças partidárias apoiaram fortemente a adesão da Estónia à União Europeia (UE), que aconteceu em 01 de maio de 2004, e à NATO, que classificam como um tampão de proteção em relação à Rússia.
São igualmente favoráveis a políticas de austeridade para controlar as despesas, o que tem garantido ao país um dos rácios de dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) mais baixos da zona Euro, da qual é membro desde 01 de janeiro de 2011.
