Há 1518 ucranianos que entraram no país de avião e formalizaram o pedido de proteção temporária. Associações de ucranianos em Portugal garantem que são muitos mais os que procuraram refúgio em território nacional.
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Sem controlo das fronteiras terrestres, tem sido impossível às autoridades portugueses identificar todos os cidadãos ucranianos que fugiram à guerra e procuraram refúgio em Portugal. As associações de ucranianos em Portugal acreditam que já haverá mais de dois mil refugiados em território nacional e só o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) registou, em dez dias, 1528 pedidos de proteção temporária de ucranianos que abandonaram um país em guerra.
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Um dado é, no entanto, adquirido. Nos próximos dias continuarão a chegar centenas de ucranianos a Portugal. "Esta semana está previsto sair um voo charter de Varsóvia, na Polónia, com 300 pessoas em direção a Portugal", informa Pavlo Sodokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal.
Segundo este responsável, outras 300 mulheres e crianças manifestaram, através do call center criado por várias associações existentes em Portugal, "a intenção de vir para Portugal".
"Temos recebido centenas de pedidos de ajuda. A maioria são pessoas a querer vir para Portugal", confirma o líder da Ukrainian Refugees UAPT, Mykhaylo Shemliy.
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Este ativista explica que a a Ukrainian Refugees UAPT está a disponibilizar alojamento, vestuário e alimentação a quem foge da guerra para encontrar um local seguro em território português. "Estamos em contacto com a Câmara de Lisboa e com privados. Há muita gente a disponibilizar a própria habitação para acolher refugiados", refere.
Mykhaylo Shemliy tem a certeza de que "mais de dois mil ucranianos já entraram em Portugal". Um número que, porém, não é possível confirmar. Fontes governamentais contactadas pelo JN alegam que não há um controlo das fronteiras terrestres e que todos os refugiados que entraram no país de carro ou autocarro não foram contabilizados.
Sinalizados estão somente todos os que chegaram a Portugal de avião e formalizaram o pedido de proteção temporária concedido pelo Governo no âmbito deste conflito. Entre o início da guerra e anteontem foram 1528 os ucranianos que requereram esse apoio específico.