Balanço

Mais de 3800 mortos em sismos que abalaram Turquia e Síria

Mais de 3800 mortos em sismos que abalaram Turquia e Síria

Um sismo causou mais de 3800 mortos e milhares de feridos, esta segunda-feira de manhã, na Turquia e na Síria. O abalo, de 7,8 na escala de Richter, registado numa zona turca perto da fronteira entre aqueles dois países, foi seguido, esta manhã, por outro de 7,5 e mais de 100 réplicas.

Mais de 3800 pessoas morreram e vários milhares ficaram feridas na sequência de um sismo registado no sul da Turquia, perto da fronteira com a Síria. Perto de três mil prédios colapsaram e haverá milhares de pessoas debaixo dos escombros.

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Segundo o mais recente balanço do britânico The Guardian, só na Turquia morreram pelo menos 2379 pessoas e na Síria 1444.

Enquanto as equipas de socorro trabalhavam para procurar vítimas do sismo, registado às 4.17 horas locais (1.17 em Portugal continental), seguiram-se várias réplicas e um outro sismo muito forte. Foi registado pelo Serviço Geológico dos EUA (USGS na sigla original) com 7,5 de magnitude, a 10 quilómetros de profundidade, e epicentro a quatro quilómetros de Ekinözü, na província de Kahramanmaras, já fortemente afetada pelo primeiro abalo.

O Centro Sismológico Europeu Mediterrânico estima que este segundo sismo, menos de 12 horas após o primeiro, chegou aos 7,7 na escala de Richter com epicentro de dois quilómetros de profundidade, a 67 quilómetros de Kahramanmaras. Já os serviços de sismologia turcos calculam que a magnitude não terá passado dos 7,6, registando o abalo a uma profundidade superior à estimada pelos europeus.

"Estamos a enfrentar o maior terramoto em 24 anos nesta região. Já foram registadas mais de 100 réplicas", disse Haluk Özener, um especialista turco ouvido pela BBC. "Podemos dizer que estes sismos vão continuar nos próximos dias", acrescentou.

Ainda é cedo para perceber como este segundo sismo afetou os trabalhos de socorro no terreno, quando se estima que há milhares de pessoas sob os escombros.

A magnitude do sismo, de 7,8 na escala de Richter, motivou um alerta de tsunami na costa de Itália. O abalo foi registado às 4.17 horas locais (1.17 em Portugal continental), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.

É um dos maiores sismos alguma vez registados na Turquia, um país que fica numa zona propensa a tremores de terra. Em 1999, um abalo de 7,6 de magnitude, em Izmit, causou cerca de 17 mil mortes. Segundo a Proteção Civil turca, seguiram-se cerca de 40 réplicas ao abalo de 7.8 registado durante a madrugada, enquanto as pessoas dormiam.

De acordo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), citado pela agência Lusa, minutos após o primeiro sismo, outro abalo de 6,7 graus na escala de Richter foi registado a 9,9 quilómetros de profundidade. Os abalos foram sentidos também no Líbano e no Chipre.

Segundo estimativas avançadas na imprensa local, cerca de três mil prédios ruíram. Equipas de socorro procuram pessoas nos escombros, de ambos os lados da fronteira. O epicentro do sismo, numa zona de fronteira no sul da Turquia, afetou uma área na Síria onde vivem milhões de refugiados, os "moribundos" da guerra de Bashar al-Assad contra o próprio povo. Estima-se que o conflito interno sírio tenha deixado mais de 3,7 milhões de refugiados, dentro das próprias fronteiras, a que se juntam milhares que conseguiram fugir.

A Comissão Europeia está a coordenar o envio de equipas de resgate dos Estados-membros para se juntar às buscas por sobreviventes após o terremoto que sacudiu hoje o sudeste da Turquia e outros países vizinhos, especialmente a Síria.

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou as vítimas do terramoto que atingiu a Turquia e a Síria, pelo qual enviou uma mensagem de solidariedade ao Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

"O Presidente da República lamenta as vítimas do terremoto desta manhã, tendo enviado uma mensagem solidária ao Presidente Erdogan da Turquia", lê-se numa nota hoje divulgada.

Nesta nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet refere-se que, "de acordo com as informações disponíveis, neste momento, não parece haver vítimas portuguesas nem na Turquia, nem na Síria".

O Governo português expressou total solidariedade ao Governo e ao povo turco, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, lamentando os efeitos do sismo na Turquia que vitimou também centenas de pessoas na Síria.

"Estamos chocados com as notícias que chegaram da Turquia esta manhã sobre o terrível terramoto. O Governo Português manifesta a sua total solidariedade com o povo e o Governo da Turquia", publicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros na rede social Twitter.

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