O aquecimento estratosférico súbito traduziu-se no desequilíbrio do vórtex polar, encaminhando assim o ar frio para latitudes inesperadas. Ao estar estável, o vórtex polar mantém o ar frio nas regiões polares e o ar quente a norte. Especialistas alertam que as próximas semanas ou meses vão ser de muito frio, na Europa e nos Estados Unidos.
O vórtex polar situa-se entre a camada da estratosfera e da troposfera e tem como função manter o ar frio no Polo Norte. Assim, as correntes de vento circulam ao contrário dos ponteiros do relógio. Porém, se o sistema enfraquecer e se quebrar, dá-se uma inversão, o que leva o ar frio a descer de latitude e o ar quente a subir até aos polos.
Nestas alturas, o inverno torna-se bastante rigoroso, nomeadamente no hemisfério norte. Ao influenciar o clima, é expectável que as temperaturas sejam muitas baixas, chegando a atingir graus negativos e a provocar tempestades de neve, na Europa e nos Estados Unidos, nas próximas semanas ou meses, avança o jornal "The Washington Post".
O aquecimento estratosférico repentino acontece, em média, seis vezes durante uma década, de acordo com os especialistas. É provocado por um fluxo de energia de "ondas atmosféricas em grande escala", explica Amy Butler, cientista e investigadora do Laboratório de Ciências Químicas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica. Resumidamente, o vórtex polar significa frio extremo e neve.
Prevê-se que no momento em que o vórtex se dividir em dois, o centro do vórtex polar afete a região da Eurásia e um "vórtex irmão" vá em direção a outro lugar, ainda desconhecido, afirma Judah Cohen, da Atmospheric and Environmental Research, em Massachusetts, nos EUA.
"Penso que as divisões do vórtex polar favorecem as grandes tempestades de neve", diz.
A última vez que se registou a "separação" do vórtex polar foi no inverno de 2014, onde os Estados Unidos enfrentaram longas quedas de neve.