13 de Maio em Fátima: Cardeal brasileiro lamenta sociedade "marcada pelo medo"
O cardeal brasileiro Jaime Spengler, que preside à peregrinação do 12 e 13 de maio em Fátima, afirmou, esta manhã, que vivemos numa sociedade "marcada pelo medo", assolada também por "fundamentalismos que não promovem a vida".
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Na homilia que proferiu perante cerca de 200 mil peregrinos, o cardeal apontou os vários medos que, no seu entender, marcam a sociedade atual: "medo de guerras, medo de migrantes, medo de não conseguir levar o caminho de vida assumido, medo de cair doente, medo de morrer, medo uns dos outros".
Perante "o medo", o arcebispo de Porto Alegre - que na noite anterior confessou ter chorado perante as manifestações de fé que encontrou em Fátima -, defendeu que a "a devoção a Maria não é um capricho religioso", mas antes, "uma exigência da vida cristã de batizados e batizadas, de filhos e filhas".
Jaime Spengler salientou ainda a importância de "acolher e pôr em prática" a palavra de Deus, "sobretudo nestes tempos delicados, tensos, complexos que vivemos". São, disse, "tempos em que alguns só pensam em si, tempos de autoritarismos de vários matizes", de "fundamentalismo que não promovem a vida"e em que "a casa-comum clama por cuidado". Lamentou também que este seja um "tempo carente de abertura para o outro e para a solidariedade" e "carente de esperança".
Nesta Eucaristia, que conta com a presença dos cardeais António Marto e o italiano Fortunato Frezza, de 27 bispos, de 282 padres e de 14 diáconos, está a ser utilizado o cálice que o Papa Francisco ofereceu ao Santuário na visita que fez em 2017, para a canonização de Francisco e Jacinta Marto. Trata-se de uma peça em prata dourada que integra o espólio do Museu do Santuário.