2023 fecha com "excesso muito alto" de mortalidade. E 2024 arranca com mais de 500 óbitos
Últimos sete dias de 2023 com 741 mortes em excesso. Impacto maior nas regiões Norte e Centro e na população acima dos 85 anos.
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Após três anos consecutivos com mais de 120 mil óbitos anuais, 2023 interrompe o ciclo, perto dos 119 mil. Contudo, na última semana do ano, Portugal registou um excesso de mortalidade “muito alto”. E, no arranque de 2024, ultrapassou as 500 mortes diárias. Um registo que, tirando 2021 explicado pela pandemia, não se verificava desde período homólogo de 2017. As justificações são as de sempre: frio e aumento das infeções respiratórias numa população cada vez mais envelhecida. No entanto, falta apurar as causas.
De acordo com os dados às 15 horas de ontem do eVM - sistema de vigilância da mortalidade em tempo real -, Portugal contava, nos últimos sete dias, 741 óbitos em excesso, com uma mortalidade “muito acima do esperado”. Com o dia 2 de janeiro no vermelho, ao contabilizarem-se, para já (os dados são constantemente atualizados, logo provisórios), 519 óbitos. Valor superior havia sido registado a 2 de janeiro de 2017. Na época gripal 2016/2017, as autoridades de saúde estimaram em 4467 os óbitos em excesso. Já a mortalidade em 2021, refira-se, não são comparáveis, porque, no arranque daquele ano, devido à pandemia de covid-19, o país chegou a registar mais de 700 óbitos diários.