A PSP de Lisboa vai ter na terça-feira um "maior empenho de efetivos" nas ruas da capital, de modo a garantir que, no dia em que se assinala o 49.º aniversário da Revolução dos Cravos, as pessoas conseguem manifestar-se "em segurança".
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O momento mais crítico deverá ser durante a manhã em frente à Assembleia da República (AR), onde, às 9 horas, se vão concentrar pelo menos quatro grupos contra e a favor da presença do presidente do Brasil, Lula da Silva, no Parlamento, numa sessão solene de boas-vindas. O edifício está desde esta segunda-feira protegido por grades e estruturas de cimento.
Ao JN, o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, Artur Serafim, escusa-se a adiantar quantos polícias vão estar na terça-feira nas ruas de Lisboa, mas reconhece que vai haver um "maior empenho de efetivos", com agentes, em particular da Divisão de Trânsito, "espalhados ao longo de várias artérias". As equipas de patrulha e de intervenção rápida foram também mobilizadas e o Corpo de Intervenção vai estar pronto a intervir se for necessário.
"A nossa preocupação é que as pessoas consigam exercer o seu direito de manifestação constitucionalmente previsto e que o façam em segurança", sublinha o comissário, especificando que, ao todo, há 15 manifestações previstas: 11 no eixo Marquês de Pombal-Rossio e quatro na AR.
"Barril de pólvora"
A PSP não esclarece quais são os promotores, mas, apurou o JN, na Avenida da Liberdade estarão integrados no desfile do 25 de Abril movimentos de professores, contra o aumento dos preços ou pela canábis medicinal, entre outros.
Já no exterior do Parlamento, há protestos agendados pelo Chega e pelo movimento Defender Portugal contra a visita de Lula da Silva e pelo núcleo de Lisboa do brasileiro Partido dos Trabalhadores em favor. O Ergue-te, de extrema-direita, estará presente "contra o regime".
Esta segunda-feira, o líder do Chega, André Ventura, criticou a Câmara de Lisboa por ter autorizado "contramanifestações" no local "previamente salvaguardado pelo partido", criando "um barril de pólvora". O deputado garantiu, ainda assim, que estão a ser tomadas medidas para evitar a violência. Por lei, as manifestações são apenas comunicadas, não carecendo de autorização.
TRÂNSITO
De manhã
O trânsito em torno da Assembleia da República já foi cortado esta segunda-feira. A circulação na Calçada da Estrela, na Avenida D. Carlos I e na Rua Borges Carneiro, entre outras, está também condicionada a partir das 8 horas de terça-feira.
À tarde
Pelas 13.30 horas de terça-feira, são encerradas as vias de acesso ao Marquês de Pombal. A partir das 14 horas, é cortado o trânsito entre a rotunda e o Rossio. A PSP apela ao uso do metro.