São 285 milhões de euros para criar sete novos centros de formação e requalificar mais 60 mil pessoas nas áreas do digital, da transição energética e do setor social. Um "choque na formação profissional", classificou a ministra Ana Mendes Godinho, numa cerimónia que contou com a participação de vários ministros e de António Costa.
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A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, quer dar "um choque na formação profissional". Para o efeito, foram assinados, esta terça-feira, contratos visando os centros de formação profissional e o "Acelerador Qualifica", no valor de 285 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Desses 285 milhões de euros, 230 milhões destinam-se à criação de sete novos centros de formação profissional (81,7 milhões de euros) e à requalificação dos 55 atualmente existentes (148 milhões de euros). Os novos centros serão criados nas regiões do Tâmega e Vale do Sousa, Leiria, Lisboa Norte, Alentejo Litoral e Algarve.
O objetivo, segundo Ana Mendes Godinho, é ter mais de 60 mil pessoas em formação, por ano, chegando-se a 2025 com o patamar de 100 mil, em áreas como a transição digital (34 milhões de euros de investimento), modernização da indústria (33 milhões de euros), ambiente e energias renováveis (sete milhões de euros), bem como saúde e setor social (3,4 milhões de euros).
Além dos contratos ao nível dos centros de formação profissional, foram assinados protocolos visando o "Acelerador Qualifica", que pretende aumentar a formação escolar da população adulta. O objetivo é ter mais de 100 mil adultos, em 2025, com certificação de competências. Para tal, serão investidos 55 milhões de euros.
O programa abrange adultos que pretendam aumentar o seu nível de escolaridade, obrigando a uma formação mínima de 50 horas e concedendo um apoio de 548 euros mensais por pessoa.
"Investir nas qualificações é absolutamente central", considerou o primeiro-ministro, admitindo que o nível de desemprego no país continua "muito elevado" e apontando que há atividades que forçosamente irão acabar. Por exemplo, será incontornável que sejam encerradas as centrais a carvão. "Não as podemos manter a funcionar. Mas quem lá trabalha terá que ter a sua oportunidade para se qualificar", sublinhou António Costa.