Os jovens portugueses de 16 anos consideram o acesso ao álcool fácil ou muito fácil. Estão também acima da média europeia na experimentação do primeiro cigarro aos 13 anos. De uma forma geral, os consumos de substâncias psicoativas estão em queda.
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Estas são algumas das conclusões mais relevantes do estudo "European School Project on Alcohol and Other Drugs" (ESPAD), apresentado esta terça-feira pelo Serviço de Intervenção em Comportamentos Aditivos (SICAD), em Lisboa.
Apesar da perceção da facilidade de acesso a bebidas alcoólicas estar a diminuir na maioria dos países (foram estudados e comparados 35), aponta o relatório, continua alta para a maioria. 78% é a média nos países estudados. Em Portugal ganha um ponto percentual. 79% dos 3456 jovens inquiridos, tamanho da amostra, revela que o acesso a bebidas alcoólicas não requer grande esforço, é fácil ou mesmo muito fácil.
Nas restantes categorias em análise, porém, os jovens portugueses que em 2015 completaram 16 anos revelam comportamentos de consumo mais baixos dos que as médias europeias. Assim é para a embriaguez nos últimos 12 meses e no "binge drinking" (bebidas de enfiada) nos últimos 30 dias.
28% dos inquiridos admitem ter ficado bêbados nos últimos 12 meses. Para Portugal, a percentagem desde para os 22%. Num prazo mais curto, nos últimos 30 dias, Portugal apresenta 9%, contra os 13% dos vizinhos europeus. As maiores prevalências de embriaguez ocorreram na Dinamarca, Áustria e Hungria e as menores na Islândia e Albânia.
O consumo intensivo ("binge drinking") no último mês também é mais brando em Portugal (20% contra 35%)
Já a percentagem dos que iniciaram o consumo do primeiro cigarro aos 13 anos posiciona Portugal ligeiramente acima da média geral: 24%, quando nos resto dos países é 23%. E também no acesso ao tabaco, a facilidade de acesso se situa na média (60% para Portugal; 61% na média europeia).
Genericamente, o ESPAD, que ouviu no passado mais de 96 mil alunos, residentes em 35 países, parece provar que há uma queda na prevalência destes consumos, sobretudo do álcool e tabaco e de que Portugal vai acompanhando a tendência.
Para as drogas, nota-se uma certa estabilização, e os indicadores portugueses estão quase sempre abaixo da média europeia. Sendo exceção, o consumo de medicamentos sob receita médica, sobretudo nas raparigas, como se destacou já no último relatório de março.