Com média de 16,59 valores, o Grande Colégio Universal ocupa o lugar cimeiro do Ranking das Escolas do JN. O acompanhamento individualizado e a relação profunda com os alunos, cultivada de forma contínua e em todas as dimensões, justificam a excelência da instituição do Porto que tem mais de um século de história.
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“Aqui não se aplica a máxima de que o segredo é a alma do negócio. Neste caso, a alma é o segredo do negócio”, resume Nuno Maio, 38 anos, professor no Grande Colégio Universal há 14 anos. A adaptação do ditado popular serve para ilustrar o sucesso da instituição privada do Porto, onde a individualização é a pedra basilar do projeto educativo e está presente em todas as dimensões da vida dos alunos.
No recreio preenchido pelo som das gargalhadas e das bolas cruzadas em todas as direções, Harry Castaneda partilha a nostalgia e emoção de estar prestes a despedir-se da "casa" que o acolheu com 10 anos. Após uma experiência "bastante boa" numa escola pública, onde fez o Ensino Primário, os pais decidiram colocá-lo no privado para que tivesse contacto com "as duas realidades". A proximidade de casa e as boas referências motivaram a escolha do Grande Colégio Universal, que acabou por se revelar acertada, sobretudo pelo "sentimento de família" que floresceu ao longo dos anos e que é a causa para os bons resultados.
"Esforçamo-nos para trabalhar, para ter melhores notas, e temos muito apoio por parte dos professores. Ajudam-nos com qualquer problema que tenhamos, tanto problemas pessoais como problemas na escola", aponta o aluno do 12.º ano, que em junho fará os exames nacionais de Português e Matemática com a ambição de estudar Engenharia Mecânica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. “O fator de distinção é, sem dúvida, a proximidade que os estudantes têm com os professores, conciliada com uma exigência que caracteriza esta instituição. Trabalhamos muito, mas muito acompanhados. É isso que faz com que os alunos não desistam”, corrobora Joaquim Cunha.
Ao contrário de Harry, o atual caloiro da Faculdade de Economia da Universidade do Porto só frequentou o Grande Colégio Universal no Ensino Secundário, uma vez que o Conservatório de Música do Porto, que frequentou do 1.º ao 9.º ano, deixou de ser opção. Apaixonado por saxofone, o jovem de 18 anos descobriu a sua vocação no fim do 12.º ano e garante que o acompanhamento que teve foi "importantíssimo" para conseguir entrar na faculdade.
O universitário, cujos exames feitos no ano passado contribuíram para o lugar de topo no ranking, revela que foi com "uma alegria muito grande" que recebeu a notícia da distinção do colégio, e frisa que o resultado deve-se à exigência contínua e acompanhada. "Não se estuda para um exame nacional nos últimos momentos, é uma preparação completa e que demora o seu tempo".
Relação de confiança e exigência reforçada
Para Joana Gomes, professora de 33 anos que leciona Matemática há cinco anos no Grande Colégio Universal, criar uma relação de confiança é a base para garantir um ensino de qualidade. "Tem de ser o ponto de partida. E a partir daí, vamos trabalhando os conteúdos em si, sempre tendo em conta a proximidade, as necessidades de cada aluno", afiança a docente, sustentando que é fundamental que os estudantes se sintam confortáveis para tirar dúvidas.
Ainda que reconheça que o suporte e o apoio prestados sejam importantes para atingir os lugares cimeiros, Joana Gomes não hesita em apontar o "compromisso e o trabalho" dos alunos como o fator mais importante para o sucesso. Compromisso esse que é trabalhado de uma forma muito especial, através dos coordenadores de ano.
A proximidade incutida na escola vai muito além da sala de aula. Para responder àquela que é a matriz da instituição, a figura do coordenador de ano substitui o diretor de turma e acompanha os mesmos alunos durante toda a sua permanência no colégio. O objetivo é criar uma relação profunda, quase de amizade, que envolve os pais e mergulha nos contextos de cada criança e jovem. “Só sabendo as particularidades de cada um dos alunos, aquilo que os está a afetar no próprio momento, é que conseguimos dar uma aula que os permite aprenderem verdadeiramente a matéria”, explica o professor Nuno Maio.
Além de docente de Biologia, assume este ano letivo o papel de coordenador do 9.º ano. Para o ano, seguirá as mesmas turmas no 10.º ano. Uma individualização do ensino que permite a diferenciação pedagógica e a criação do tal segredo: a alma, a profundidade, a capacidade de chegar aos alunos.
Para Rui Brito, antigo aluno e atual diretor pedagógico do Grande Colégio Universal, não há outra maneira de trabalhar para corresponder às expectativas e exigências dos alunos e dos encarregados de educação. Só assim faz sentido. “Acho que é isso que os pais procuram no colégio, antes de mais nada. Um tratamento especial para os filhos que cá têm. E é isso que nós procuramos dar”.
Aposta na saúde mental
Conhecer todas as esferas da vida dos alunos é meio caminho andado para chegar até eles e para os ajudar a crescer. Além da proximidade cultivada em todo o ambiente escolar, o colégio faz uma grande aposta na saúde mental, não só com o serviço de psicologia interno, mas também através de protocolos com clínicas externas. Quinzenalmente, há sessões de desenvolvimento pessoal. "É crucial. É difícil imaginar que um aluno tenha sucesso profissional, sem antes de mais nada se sentir bem com ele próprio", justifica Rui Brito.
O diretor pedagógico considera que com o atual contexto de "complexificação" da sociedade, os alunos são cada vez mais exigentes e que a escola tem de estar à altura dos desafios. "É algo que tem vindo a ter uma importância crescente com o passar do anos, sobretudo a partir da covid, e que tem a ver com os desafios que vivemos hoje em dia e com todas as solicitações, tudo o que envolve um adolescente com 13 ou 14 anos".
Além da saúde mental dos estudantes, a direção do Grande Colégio Universal esforça-se por permitir aos professores o máximo de descanso possível, uma vez que o acompanhamento atento e contínuo leva a um desgaste maior.
"Eu diria que quanto melhor é um professor, mais desgastante é do ponto de vista profissional e emocional. Eu sou o primeiro a tentar que os professores, em períodos de paragem letiva, estejam cá o menos possível, não importa dar mais dias de férias do que aquilo que seria suposto. É fundamental para as pessoas virem equilibradas e com disposição para satisfazer as necessidades dos que estão aqui, dos que os querem ouvir".
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16,59
A instituição portuense, que no ano passado ocupou a segunda posição do ranking, chega agora ao topo com uma média de 16,59 valores.
1000
Do Pré-Escolar ao Secundário, o Grande Colégio Universal conta com cerca de 950 alunos, número que deverá atingir o milhar no próximo ano.
4500
A mensalidade varia entre os 370 e os 450 euros, de acordo com o grau de ensino. A anuidade mais elevada é no Secundário: 4500 euros, sem matrícula e seguro escolar.
Heterogeneidade
A instituição tem entre 60 e 70 professores, dos 23 aos 70 anos, promovendo a troca de experiências e a confiança entre docentes.
História secular
O colégio foi fundado em 1910, na Avenida da Boavista, e pertence à mesma família desde 1966. Atualmente, funciona na Rua da Boavista, no coração da cidade do Porto.