Há duas palavras que sustentam o sucesso da Escola Básica e Secundária Dr. Machado de Matos: "sorte" e "afetos". Ali há espírito de equipa e de entreajuda e "ninguém fica para trás", garantem professores e alunos.
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"Temos sorte por ter uma equipa competente e coesa, de ter alunos dedicados e motivados para a aprendizagem e de haver laços de afetividade entre professores, alunos e funcionários. Esta é uma escola de proximidade", afirma o diretor desta escola de Felgueiras, António José Bragança, orgulhoso pelo resultado alcançado, que coloca uma escola pública no topo dos percursos diretos de sucesso.
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"Este é o verdadeiro ranking", porque mete de parte as desigualdades entre escolas, sobretudo desta, inserida num contexto social difícil, com elevada prevalência da ação social e pais com baixa escolaridade, defende o diretor.
Ali todos remam para o mesmo lado e os alunos são unânimes na avaliação da escola, onde valorizam o contexto familiar e a proximidade. "O sucesso deve-se ao facto de os professores tentarem que sejamos bons alunos, mas sobretudo boas pessoas", acreditam Érica Fonseca e Lara Ferreira, do 12.º ano. Presente está sempre uma cultura de esforço, união e de entreajuda e vontade de que todos cheguem ao fim com um sucesso que não é igual para todos. "Aqui, ninguém é mais um e ninguém deixa ninguém para trás", alegam. Quem tenha média de 20, como a Matilde Valente (aluna do 11.º), apoia o colega e é sempre motivado em todos os aspetos. "Sei que se tiver qualquer problema posso falar com qualquer pessoa e vão tentar ajudar-me", afirma. "Nós gostamos de estar na escola. Os professores não desistem dos alunos e estão sempre disponíveis para ajudar", atestam Lara Ferreira e José Oliveira, também do 11.º ano.
As professoras não escondem que assim é. Estão sempre à distância de um pedido de ajuda, quer seja na escola ou fora dela, por mensagem ou WhatsApp. Destacam sobretudo o trabalho colaborativo e a estabilidade do corpo docente.
"O nosso objetivo principal é este ranking do sucesso, não é ter as melhores notas e deixar alguns pelo caminho", sustenta Anabela Brochado. Mas sobretudo "os alunos trabalham muito" e são "motivados". "A maioria vem de famílias humildes e não tem hipótese de pagar apoio extra. Nós damos o litro para tentar que ultrapassem as dificuldades sem isso", refere Anunciação Rocha.