A "Escolha" nasceu para ajudar mulheres na interrupção voluntária da gravidez
Para empoderar a escolha das mulheres, Patrícia Cardoso fundou a primeira associação portuguesa de apoio à interrupção voluntária da gravidez (IVG). O objetivo da "Escolha" é consciencializar a sociedade civil para o direito previsto na lei desde 2007 e ajudar todas aquelas que queiram proceder à IVG.
Corpo do artigo
Em maio de 2020, fruto de um amor prematuro com apenas três meses, Patrícia Cardoso engravidou inesperadamente. “Veio como um choque, como acontece com muitas mulheres”, recorda. Na altura com 32 anos, a jornalista tinha uma certeza: não tinha qualquer desejo de ser mãe. Por isso, ligou para o hospital mais próximo, nas Caldas da Rainha, onde lhe foi dito que não faziam o procedimento por serem objetores de consciência.
Em plena pandemia, Patrícia acabou por recorrer à Clínica dos Arcos, em Lisboa, por conta própria, para evitar o “pingue-pongue” entre o hospital e o centro de saúde, o que acontece quando um hospital não assegura a consulta de IVG. De acordo com dados do ano passado da Direção-Geral da Saúde, quase 30% dos hospitais públicos não praticam o ato médico.