A Hora do Planeta convoca o mundo a desligar as luzes durante uma hora e a refletir sobre os problemas que a natureza atravessa durante o sábado, dia 23 de março. A diretora executiva da WWF, Ângela Morgado, aponta a alimentação como principal causa da desflorestação e outros problemas climáticos.
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Começou por ser um apagão simbólico numa cidade e hoje em dia já abrange 190 países e territórios. A Hora do Planeta é uma iniciativa mundial, promovida pela World Wide Fund for Nature (WWF), organização dedicada à sustentabilidade e proteção do ambiente, que se celebra este sábado, dia 23 de março, entre as 20.30 e as 21.30 horas.
“Numa sociedade com pressões enormes na natureza, esta é uma campanha de sensibilização que visa incentivar as pessoas a mudar hábitos” salientou Ângela Morgado, fundadora e diretora-executiva da Associação Natureza de Portugal/WWF.
A ideia principal é levar pessoas, insituições e empresa a terem comportamentos mais responsáveis no dia a dia, através do conceito inicial do projeto de angariar uma hora de regeneração para a promoção de mudanças no estilo de vida da população. Durante uma hora, as pessoas podem refletir sobre a mudança necessária no planeta.
Esta iniciativa apela a que sejam desligadas as luzes em monumentos, arruamentos e nas próprias casas. Em Portugal, são vários os municípios participantes, tendo aderido 88 autarquias no ano passado.
Ângela Morgado, em declarações ao JN, lembrou que “há uns anos só se falava das alterações climáticas, mas a perda de biodiversidade é a outra face da moeda”. Nesta última questão foca-se nos “números gritantes” que mostram uma perda de 70% entre 1970 e 2022. Este ano pretendem lançar um novo relatório.
Para serem notadas melhorias nas adversidades que atormentam o planeta, a diretora da WWF apontou algumas soluções como a restauração da natureza e o cumprimento das metas ambientais, destacando ainda as alterações na alimentação.
A associação aponta a alimentação como principal causa da desflorestação e outros problemas climáticos, sendo esta uma solução que “está ao alcance de todos”. A ANP/WWF tem vindo a criar materiais de forma a mostrar às pessoas como é possível fazer alterações na sua dieta, mantendo-a saborosa.
410 mil horas contabilizadas o ano passado
Segundo Ângela Morgado, a adesão à iniciativa tem sido cada vez maior, reforçando que “as pessoas querem participar nas ações de defesa do planeta”. Por esse motivo, espera ultrapassar as 410 mil horas angariadas em 2023.
Esta edição conta com um banco de horas, criado o ano passado, que serve para contabilizar o número de horas poupadas pelo planeta. Este ano vai estar acessível ao público geral, que poderá colocar a sua participação até ao dia seguinte.
O programa para o dia de sábado conta com várias atividades durante o arraial no Mercado de Alvalade, em Lisboa, com a presença de Carlos Moedas, presidente do município.