Centro de Informação Antivenenos deu 27 049 consultas em 2023, mais 7,5% do que no ano anterior. Uso de embalagens diferentes para guardar produtos tóxicos preocupa.
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Durante quase três semanas, a equipa do Centro de Informação Antivenenos (CIAV) do INEM deu voltas e voltas para perceber o que estava na origem da intoxicação grave que provocou o internamento de um doente em Lisboa. O homem alegava ter ingerido intencionalmente um pesticida cedido pelo vizinho, mas os sintomas não batiam certo com as substâncias descritas no rótulo da embalagem. Só ao fim de vários dias de investigação foi possível apurar que o pesticida oferecido não estava na embalagem original e, por isso, o quadro clínico não coincidia.
O caso relatado ao JN por Fátima Rato, diretora do CIAV, encerra dois dos maiores desafios daquele centro médico de consulta telefónica: o consumo intencional de tóxicos e o perigoso hábito de encher garrafas ou embalagens com produtos diferentes do original.