Os acessos da Estrada Nacional (EN) 109 às autoestradas A1 e A29 em Estarreja, no distrito de Aveiro, estiveram cortados esta sexta-feira por agricultores com mais de 100 tratores e máquinas em protesto por preços justos à produção.
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Junto à rotunda da Estrada Nacional (EN) 109 que dá acesso às duas autoestradas, a circulação esteve completamente parada durante algumas horas num dos sentidos de circulação, rumo a Estarreja, e no sentido inverso circulavam mais de 100 tratores em marcha lenta, impedindo o acesso à A1 e à A29.
No local, a Lusa constatou que a GNR tem tentado dissuadir os agricultores de parar as marchas, mas o bloqueio das vias rodoviárias tem sido praticamente efetivo.
Os agricultores com mais de 100 tratores e máquinas agrícolas iniciaram cerca das 11 horas uma marcha lenta na Estrada Nacional (EN) 109 em Estarreja, num protesto para exigir preços justos à produção.
Organizado pela União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro (UABDA), o protesto surge um dia depois de o Governo ter garantido que a maior parte das medidas do pacote de apoio aos agricultores portugueses, que foi anunciado na quarta-feira, com mais de 400 milhões de euros de dotação, entra em vigor ainda este mês, com exceção das que estão dependentes de "luz verde" de Bruxelas.
Cerca das 15.30 horas, largas dezenas de tratores estavam parados, bloqueando os acessos da Estrada Nacional 109 às autoestradas A1 e A29 em Estarreja. "Agora não temos nada a ver com isso. A nossa responsabilidade terminou às 14 horas", disse à Lusa o presidente da UABDA, Carlos Alves.
O dirigente mostrou-se satisfeito com a mobilização do protesto, adiantando que foram alcançados os objetivos a que se tinham proposto no início da marcha lenta, que juntou mais de 100 tratores e máquinas agrícolas.
"O nosso objetivo foi estar solidário com os agricultores deste país, principalmente os pequenos e médios agricultores que acabaram por ser enganados numa encenação da ministra e do agronegócio", disse Carlos Alves, demarcando-se dos protestos que têm decorrido no país organizados pelo Movimento Civil de Agricultores.
Os protestos dos agricultores portugueses são organizados pelo Movimento Civil de Agricultores, que se juntou às manifestações que têm ocorrido em outros países europeus, incluindo França, Grécia, Itália, Bélgica, Alemanha e Espanha.
A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros a 26 de fevereiro.