
Seja a liderança mais ou menos partilhada, há ingredientes universais na receita do bom líder
Ilustração: Freepik
Se acha que nasceu para isso, já se está a equivocar. Se pensa que só quem é carismático pode ser bem-sucedido também. Demonstrar autenticidade e empatia, dar feedback, delegar e promover a meritocracia entre as competências apreciadas.
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Se fizermos um breve exercício de memória relativamente ao nosso percurso profissional, é possível que não sintamos grandes dificuldades em fazer uma avaliação genérica dos superiores hierárquicos que fomos encontrando pelo caminho. O pragmático, o incompetente, o carismático, a idónea, a intragável, a inspiradora. Dito assim, identificar o bom e o mau chefe parece fácil. Mas perceber as características de uma boa liderança é bem mais complexo. Desde logo porque o conceito evolui com o tempo, porque há características hoje valorizadas que em tempos nada significavam e atributos que simplesmente estão a cair em desuso, porque o mundo do trabalho é volátil e as lideranças têm que se adaptar. Posto isto, há uma ideia feita que importa desconstruir rapidamente: que X ou Y será sempre um bom chefe (ou uma boa chefe) porque nasceu para isso. Na verdade, não há nada de mais errado. Artur Queirós, especialista em Psicologia do Trabalho e das Organizações, e fundador da Alento, empresa de recursos humanos e consultoria que também dá formação nesta área, enfatiza este ponto. “Antes de mais, é preciso quebrar esta ideia de que a liderança é inata. O que pode acontecer é alguém reunir um conjunto de características que numa dada circunstância tem sucesso. Por exemplo: se alguém tem um estilo mais autocrático, isso pode funcionar muito bem em situações de crise, mas de forma reiterada vai acabar por criar um ambiente tóxico.”

