Acidentes em contramão estão a causar mais feridos graves e a maioria são jovens
Nos últimos quatro anos, houve 1855 sinistros rodoviários por causa de condutores que circularam em sentido contrário. Por ano, em média, são 464 acidentes em contramão. Os feridos graves subiram no ano passado e a maioria das vítimas está em idade ativa. "Há sinais de trânsito colocados há 20 anos", diz especialista.
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Os dados da GNR e da PSP, disponibilizados ao JN, mostram que o número de acidentes em contramão tem tido algumas variações ao longo dos últimos quatro anos. Uma das mais significativas ocorreu de 2021 para 2022, quando este tipo de sinistros subiram 27%. É necessário contextualizar que o aumento pode estar relacionado com o fim dos períodos de confinamento da pandemia de covid-19, em que a circulação rodoviária subiu, tal como o risco de acidente. No ano passado, as duas autoridades contabilizaram 449 sinistros provocados pela circulação em sentido contrário ao legalmente previsto.
Em 2024 foram registados menos acidentes em contramão do que em 2022 (o pior ano dos últimos quatro neste tipo de sinistros), mas mais feridos graves. No total, 57 pessoas necessitaram de cuidados urgentes de saúde no ano passado. Nos últimos quatro anos, a maioria das vítimas tinha entre os 20 e os 30 anos (21 pessoas) e entre os 31 e os 40 anos (17 pessoas). "Os números são elevadíssimos", aponta João Sousa Marques, secretário-geral da Associação para a Promoção da Gestão e da Segurança Rodoviárias (AFESP).