A indústria da beleza tem cada vez mais respostas para os múltiplos tipos de pele e para todas as idades. Produtos que contêm ingredientes que devem obedecer a regras quando a exposição solar cresce. Dois médicos explicam e distinguem o que fazer diante de produtos que tenham ácido hialurónico, retinol ou vitamina C.
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Prometem cuidado e rejuvenescimento, mas também requerem cuidados especiais. Numa altura em que a exposição solar aumenta - seja por via do maior volume de horas solares, seja por maior intensidade dos raios (apesar da chuva prometida para a abril) -, é importante conhecer os produtos de beleza que usa e as rotinas que devem estar associados a princípios ativos frequentemente falados: ácido hialurónico, retinol e vitamina C.
Os dermatologistas Alexandra Osório e Luís Uva explicam à Delas o que podem ser feito quando começa a introduzir estes novos ingredientes na rotina de beleza e numa altura em que o contacto com o sol aumenta. “Com o aumento da exposição aos raios solares, é essencial ajustar a aplicação de cremes com ácido hialurónico, vitamina C e retinol, uma vez que cada um destes ativos reage de forma diferente à luz solar”, começa por explicar o médico e diretor clínico da Personal Derma. Nesse sentido, Luís Uva distingue-os: “A vitamina C e o ácido hialurónico podem ser utilizados durante o dia, desde que acompanhados de proteção solar adequada. Já o retinol deve ser evitado durante o dia, pois a exposição solar pode causar irritação e comprometer os benefícios do tratamento.”
A dermatologista e diretora clínica Dermage, Alexandra Osório, alerta mesmo que o retinol, sendo “uma molécula fotossensível, ou seja, a sua ação é potenciada pelos raios solares”, pode “provocar queimaduras solares nos locais aplicados”, a par de uma “secura exagerada” que esta molécula pode provocar.
“A molécula está cada vez mais em voga, mas já se usa há mais de 30 anos. A diferença é que, atualmente, há retinol de todas as marcas - mas não têm todas têm a mesma concentração”, explica Osório. E detalha: “O objetivo do retinol é antiaging, estimula a derme para se renovar porque tem um alto poder penetrante na pele (conforme a concentração), aumenta a renovação das células mais superficiais, ou seja, a epiderme. Com o seu uso frequente, a pele fica mais renovada, mas mais fina, mais fotossensível, com menos manchas, pois faz um peeling, e até pode atenuar, com o tempo, as rídulas, isto é, as rugas mais finas.”
Por isso, Alexandra Osório recomenda que usos específicos sobretudo mediante o uso de retinol. Entre eles, a dermatologista recomenda que se “compense a secura resultante do seu uso, com um hidratante compensador, que seja aplicada só à noite e que se use protetor solar após aplicação dos cremes diários na manhã seguinte porque a molécula retinol ainda está dentro da derme e a pele está mais fina e, por consequência, mais reativa e sensível”.
E no caso da vitamina C e do ácido hialurónico?
“Os cremes com ácido hialurónico podem ser usados até na praia, pois além de hidratantes, a molécula por si só funciona como protetora e alimentadora das células mesenquimatosas (da derme) das fibras de colageneo e de elastina. E, por consequência, protege a pele dos efeitos nocivos das radiações”, justifica Alexandra Osório. Luís Uva acrescenta que se trata de um “ativo seguro para utilização tanto de dia como à noite, pois tem uma função hidratante e ajuda a reter a água na pele, sem causar fotossensibilidade”.
Quanto à Vitamina C, este dermatologista diz mesmo que é “altamente recomendado para uso diurno, pois protege a pele contra os danos causados pelos radicais livres e potencia a ação do protetor solar”. Porém, vinca que tal não prescinde nunca do uso de proteção solar “de amplo espetro para evitar sensibilização”. Osório fala mesmo em “benefícios” na aplicação de vitamina C por atuar com “antioxidante, e, como tal, neutralizar todos os radicais livres que se desenvolvem no decorrer da interação entre os raios solares e o tecido”.