<p>É com a prata da casa, dizem representantes da Diocese Portucalense e da Câmara Municipal do Porto, que está a ser preparada a recepção da Invicta ao Papa Bento XVI, a 14 de Maio próximo, encerrando uma visita de quatro dias a Portugal.</p>
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A visita, com a brevidade de uma manhã, ocorrerá um dia antes do 28.º aniversário da anterior presença de um Papa no Porto. Existe a tentação, obviamente, de traçar paralelismos com o que foi feito, em 1982, para receber João Paulo II. A única comparação possível, embora não sejam conhecidos valores, mostra que, desta vez, o investimento é, proporcionalmente, muito menor.
Dos detalhes ontem avançados, destaca-se o projecto do altar em que o pontífice celebrará missa, a ser montado na Praça do General Humberto Delgado, usando como estrutura de apoio o próprio edifício dos Paços do Concelho, onde várias sacristias funcionarão. O projecto é da autoria de Audemaro Rocha, arquitecto da Câmara, que buscou inspiração no transepto da Sé do Porto, assumindo toda a Avenida dos Aliados como uma transposição da nave central do templo.
O fundo do palco pretende reproduzir, em termos de cor, o efeito da talha dourada barroca, de que há no Porto riquíssimos exemplos, e o mobiliário será fornecido pelos municípios de Paços de Ferreira e de Paredes. Os elementos de fundo serão uma representação simbólica da diocese portucalense e das suas quatro regiões pastorais e 22 vigararias.
Segundo Manuel Teixeira, chefe de gabinete do presidente da Câmara, os custos estarão muito aquém daquilo que vem sendo aventado, justamente devido ao uso de meios próprios. Não apresenta, porém, estimativas.
Américo Aguiar, vigário-geral e porta-voz da diocese, destaca que, em todo o trabalho de preparação, o lema tem sido "empenho máximo, custo mínimo". Uma questão de moralidade e pragmatismo, em tempo de crise, que não cria problemas. As equipas do Vaticano que têm acompanhado os trabalhos, designadamente em matéria de segurança e de liturgia, estão satisfeitas.
Ninguém arrisca previsões quanto à multidão esperada, mas as expectativas são grandes, designadamente devido aos sinais de muito interesse que têm chegado da Galiza, que deixam antever um afluxo reforçado de cidadãos espanhóis, a somar a gente de todo Norte de Portugal. Em termos logísticos, tal implicará a instalação de equipamento de som e de imagem em todas as ruas que confluem para a avenida. Na celebração litúrgica, a comunhão constitui o principal problema. Haverá de 200 a 300 ministros da comunhão, entre clérigos e leigos.
Partindo de Fátima nesse dia, de helicóptero, o Papa aterrará na Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, atravessando o rio pela ponte do Infante e descendo pela Avenida de Vímara Peres (avenida da ponte) até à Baixa da cidade. A cerimónia terá início pelas 10.15 horas, estando a partida para Itália, a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro, prevista para as 13.30 horas.