Os sindicatos dos bombeiros sapadores vão analisar a última proposta do Governo, apresentada esta sexta-feira e que prevê um aumento de 378 euros até 2027.
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Na quinta-feira, o primeiro-ministro disse que o Executivo “esgotou a possibilidade de ir mais longe”, o que gerou muitas críticas dos sapadores, que acusaram Luís Montenegro de fazer “chantagem”.
Na sexta-feira à tarde, na Secretaria de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, o Governo reuniu-se primeiro com cinco sindicatos - Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública, Sindicatos dos Trabalhadores do Município de Lisboa, Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional e Frente Comum. Mais tarde, ao início da noite, o Executivo terminou a ronda negocial com o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS).
Todas as estruturas sindicais indicaram aos jornalistas que vão analisar a proposta do Governo. No entanto, o presidente do SNBS referiu que, “numa primeira análise”, não antecipa uma “resposta positiva” por parte deste sindicato. “Não é só o Governo que legisla, vamos falar com a Oposição para valorizarem estes profissionais”, disse Ricardo Cunha, que não descartou a possibilidade de novos protestos dos sapadores.
A proposta apresentada esta sexta-feira pelo Governo prevê um acréscimo de 378 euros até 2027. Na prática, as subidas salariais mensais resultam de um acréscimo da remuneração base, faseada em dois anos, com o novo suplemento (risco, penosidade, insalubridade e prontidão de comparência), faseado em três anos. Este ano, os bombeiros sapadores podem já receber mais 198 euros.
Pedir explicações
Ricardo Cunha acusou o primeiro-ministro de ter uma “postura antidemocrática”, depois de Luís Montenegro ter dito, na quinta-feira, na tomada de posse do novo presidente da Autoridade Nacional da Proteção Civil, que se as negociações não fossem bem-sucedidas, “o esforço de proximidade” às reivindicações dos sapadores não seria “tão evidente”.
“Devia retratar-se”, apontou o presidente do SNBS. Na quinta-feira, o dirigente sindical pediu a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa e da Assembleia da República para exigirem explicações ao primeiro-ministro.