Adelaide e Adriano no limbo: são "novos para a reforma" e "velhos para trabalhar"
São beneficiários do rendimento social de inserção e recebem alimentos da Legião da Boa Vontade. Saíram do mercado de trabalho e não conseguiram voltar.
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Depois de poucas palavras trocadas com Adelaide e Adriano nota-se a gratidão que nutrem pela Legião da Boa Vontade, no Porto, a instituição de solidariedade social que lhes dá ajuda alimentar. Ambos são beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), cuja quantia não é suficiente para poderem pagar todas as despesas mensais. Estão na casa dos 60 anos, no limbo já conhecido dos “novos para reforma e velhos para trabalhar”. Tiveram amarguras na vida, mas estão a tentar dar a volta, segurando a mão de quem os ampara.
“Chego ao dia 23, recebo o rendimento mínimo e pago tudo”, diz Adelaide, de 63 anos. Com um RSI de 198 euros, chegou a ficar com 6,26 euros na conta logo no início do mês. Vive sozinha, no bairro de Santa Luzia, no Porto. Da Legião da Boa Vontade, refere, “recebo alimentos e recebo o mais importante que é o amor”. É apoiada desde 2011, por indicação de um vizinho, que lhe conhecia as dificuldades económicas.