Administração Pública: "O aparelho está montado para que a tutela continue a controlar"

Metade dos dirigentes de topo do Estado são escolhas de ministros
André Rolo / Arquivo Global Imagens
Conhecedor do organismo criado em 2011 para tornar mais transparente o recrutamento para a Administração Pública, Pedro Correia, professor de Administração Público-Privada da Fac. Direito Coimbra, diz que atualmente a CReSAP é oca e serve apenas para dar uma aparência de concorrência.
Cerca de metade dos últimos concursos para cargos superiores da Administração Pública terminaram sem que a CReSAP tivesse uma lista de três nomes para entregar ao Governo, que acaba por escolher quem quer. O que é que isto mostra?
Conheço bem a CReSAP e já fiz vários estudos sobre o modelo. A meu ver, a CReSAP nasceu direita, mas depois de o seu primeiro presidente [João Bilhim] ter saído, degenerou. E agora temos uma CReSAP que funciona como uma formalidade, um ritual. Em termos de substância é oca, é um instrumento para dar a aparência de concorrência.

