Municípios estão a aproveitar fundos do Estado para esterilizar mais cães e gatos como forma de combate à população errante. ICNF admite que o abandono continua a aumentar em Portugal.
Corpo do artigo
As câmaras continuam a apostar na adoção e na esterilização de animais, como forma de combate à população errante. No ano passado, foram esterilizados 67.690 cães e gatos - um aumento de 192% face a 2019, quando se intervencionaram 23.191 animais. Já as adoções somam uma subida de 67% em cinco anos, passando de 18.187 em 2019 para 30.425 no ano transato. O registo consta do Relatório Anual do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), relativo a 2023, sobre a atividade dos centros de recolha oficial. Também há mais cães e gatos recolhidos das ruas.
O número de esterilizações quase triplicou. Segundo Ricardo Lobo, presidente da Associação Nacional de Médicos Veterinários dos Municípios, o aumento é explicado com a “aposta do Governo”, a partir de 2016, que começou “a libertar apoios às autarquias, dando-lhes contrapartidas financeiras mediante as esterilizações que fazem”.