A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) reclamou hoje "medidas urgentes" do Governo para combater os impactos da seca na região, onde prejuízos nas culturas de sequeiro e reservas de água são "muito preocupantes".
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Num comunicado enviado hoje à agência Lusa, a FAABA refere que enviou ao ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, uma carta "alertando para a necessidade de implementação de medidas imediatas" para "contrariar os impactos negativos da seca prolongada que já se estão a fazer sentir por todo o Alentejo".
Segundo a FAABA, os prejuízos nas culturas de sequeiro, como cereais, oleaginosas, pastagens e forragens, e no "esgotamento" das reservas de água para abeberamento de gado e regadio são "visíveis e muito preocupantes".
Entre as "medidas urgentes" para combater e minimizar os efeitos da seca reclamadas pela FAABA consta a criação e flexibilização de medidas de apoio para abeberamento de gado, nomeadamente para abertura de furos, charcas, aquisição de cisternas e instalação de bombagens.
A federação reclama também a simplificação dos procedimentos burocráticos exigidos para os licenciamentos daqueles procedimentos e a elegibilidade das respetivas despesas com "retroatividade a junho" deste ano.
A autorização para pastorear "de imediato" pousios e superfícies de interesse ecológico e a antecipação dos pagamentos aos agricultores no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC) para "acudir à tesouraria das explorações" são outras das medidas.
No âmbito do regadio, a FAABA reclama o ajustamento do preço da água do Alqueva para os perímetros de rega confinantes com o Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva.
Também no âmbito do regadio, "independentemente das medidas que vierem a ser adotadas, há um assunto que, pela sua gravidade, merece atuação urgente", ou seja, "não está a ser cumprido" o programa de transferências de água da albufeira de Alqueva para a de Odivelas, através da do Alvito, acordado entre a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva e a Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas (ABORO) para 2017, refere.
Segundo a FAABA, trata-se de uma situação "preocupante", porque "põe em causa o fornecimento de água" pela ABORO nos próximos meses de julho e agosto, o que irá afetar cerca de 9.000 hectares de culturas no perímetro de rega gerido pela associação.
A FAABA refere ainda ter manifestado, na carta enviada ao ministro, a sua "inteira disponibilidade" para integrar a Comissão de Acompanhamento da Seca.