No Creoula o dia de ontem, idêntico aos outros, começou com o Alvorada através da ETO (Equipamento de Transmissão de Ordens) e pelas 8h30min, estavam todos em formatura no convés.
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As primeiras instruções do dia foram "... poupar água!..." O Imediato do Navio, João Lourenço, comunicou que no dia 21 foram consumidos 14000 litros de água doce, o dobro da água suficiente, necessária e destinada a um dia de viagem no Creoula. "...Caso não se contenham, terei de avançar com o regime de água fechada...", afirmou. Isto significa que, no limite, é necessário cortar a água doce disponível para banhos e higiene pessoal, sendo implementado um horário fixo para a disponibilidade da água (cozinha e enfermaria não são afetadas).
Este regime está estipulado nas regras de navegação do Creoula e traduz-se em 7 períodos de água doce por dia, com cerca de 15 minutos cada. No entanto, caso o Imediato do navio estipule novo horário, este último prevalece sobre o anterior...
O Creoula é o navio da esquadra com maior capacidade de armazenamento de água doce, com um total de 146 Toneladas (146 000 l), atestado a 95%. Neste momento encontra-se com 6 tanques com água doce disponível, sendo que os dois maiores (de 24000l cada), contam com apenas 16% da sua capacidade e no total a quantidade de água potável é (às 12h do dia 22 de agosto), de 70T. Aparentemente suficiente até ao final da viagem, mas no mar nunca se sabe o dia de amanhã, é sempre melhor prevenir, poupando.
De acordo com o Segundo Tenente Engenheiro Marco Guimarães, que está no Creoula pela segunda vez (num total de 7 anos), existem três grandes fatores para o consumo (excessivo) de água doce: o estado do mar ("se o mar estiver muito agitado, as pessoas retraem-se mais em ir tomar banho"), a temperatura ambiente, ("se estiver muito calor é normal que os banhos sejam mais longos"), e o número de mulheres a bordo do navio ("por razões óbvias...", comentou). No passado, recorda-se de ter sido já necessário recorrer a períodos de regime de água fechada, mas sobretudo antes de 2010, ano de instalação do Grupo de Osmose Inversa.
Devido à problemática da água, foi preparada uma palestra onde se discutiram ideias sobre como poupar água: relativamente à higiene pessoal, concordou-se em se tomar duches mais rápidos; relativamente à copa, foi notado que se gasta muita água na lavagem da louça, quando se lava "um a um" gasta-se muito, pelo que se deverá ensaboar muitos utensílios e só depois passá-los por água.