"Task-force" explica a falta de vacinação com surtos ativos e entrada constante de utentes e trabalhadores nas instituições.
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Ainda há cerca de mil utentes e 2100 funcionários de estruturas residenciais para idosos (ERPI) por vacinar com a primeira dose da vacina contra a covid-19, confirmou na quinta-feira, ao JN, fonte da "task-force". A mesma fonte explicou que se trata de números de um universo de 99 mil utentes e de 61 mil funcionários e que se devem "a um reduzido número de ERPI terem surtos ativos e da constante entrada de novos utentes e profissionais nas ERPI".
Segundo a Direção-Geral de Saúde (DGS), Portugal registava 53 surtos de covid-19 em lares, na segunda-feira, com 829 infetados. O boletim epidemiológico de ontem dava conta de mais 2581 novos casos e dez mortes, entre elas uma criança com menos de 10 anos.
A região de Lisboa e Vale do Tejo é a que mais surtos ativos em lares registava, na segunda-feira: 25 com 270 casos. Segue-se a região Norte, com 247 casos relativamente a 10 surtos em lares. O Centro registava 138 casos nos seis surtos ativos, o Algarve 106 casos em quatro surtos e o Alentejo 68 casos de infeção em oito surtos.
Ainda ontem era conhecido que um novo surto, detetado anteontem na Santa Casa da Misericórdia de Proença-a-Nova, provocou uma morte e regista 127 casos ativos (22 funcionários e 105 utentes). Segundo o presidente da Câmara, João Lobo, todos os utentes e funcionários da instituição "têm vacinação completa".
Em finais de junho, os idosos e funcionários dos lares que estiveram infetados há mais de três meses passaram a poder ser vacinados, tendo sido cortado para metade o prazo previsto.
"Em julho, houve um avanço" na vacinação desses casos, confirma Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), que desconhece elementos por vacinar nos cerca de 900 lares associados à CNIS.
Outras vacinas
Também os funcionários dos lares que inicialmente tinham recusado a Astrazeneca acabaram por ser imunizados com vacinas de outros laboratórios, segundo aquele responsável.
Portugal registou o maior número de surtos em lares em fevereiro (405, com 12 mil infetados), recorda a DGS, sublinhando que a "diminuição drástica neste contexto demonstra a importância que a vacinação tem tido no controlo da pandemia e proteção da população mais vulnerável".
Com 2581 novos casos em 24 horas, o boletim epidemiológico de ontem reportava menos 622 novos infetados. É também o número mais baixo desde 1 de julho.
Entre as dez vítimas mortais está um menino com menos de 10 anos, com outras comorbilidades associadas, segundo a DGS. É a terceira criança a morrer com covid-19 no país, desde o início da pandemia.
Na quinta-feira, o total de internados desceu para 898, menos 21 do que um dia antes. Nos cuidados intensivos estavam 196 doentes, menos oito face a quarta-feira.