Adão Silva, líder parlamentar do PSD, acusou este sábado Paulo Colaço, presidente do Conselho de Jurisdição Nacional (CJN), de ter praticado "atos intoleráveis" à frente desse órgão para o "achincalhar" e ao líder do partido Rui Rio. Pela segunda vez este sábado, Colaço subiu ao palco para se defender e dizer que apenas defendeu os estatutos do partido.
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Embora tenha dito que não se tratava de um "ajuste de contas", o facto é que Adão Silva desferiu um duro ataque a Paulo Colaço, que já anunciou que vai encabeçar de novo uma lista ao Conselho de Jurisdição.
"Nesta luta eleitoral nos próximos 45 dias, e já agora na vida futura do partido, são intoleráveis atos como aqueles que foram protagonizados por uma parte do Conselho de Jurisdição Nacional, disse, dirigindo-se diretamente a Paulo Colaço, acusando-o de "andar obstinadamente a tentar obstaculizar e achincalhar o presidente do partido e do grupo parlamentar, anunciando pesadas sanções e punições".
"Nunca tal se tinha visto", disse o líder parlamentar, invocando dois acórdãos do Tribunal Constitucional que "humilhara a pretensão justiceira de Paulo Colaço", falando numa "humilhação pública". Em causa, dois processos sobre a votação da eutanásia e o referendo.
"O nosso partido dispensava e dispensa bem estas posições", disse Adão Silva.
Sem perder tempo, Paulo Colaço voltou a pedir a palavra à mesa (já o tinha feito de manhã) e voltou a subir ao púlpito para responder às acusações de que foi vítima e garantir que Adão Silva "mentiu".
"O senhor enganou-se, baralhou-se. Houve 4 ou 5 processos que acabaram no Tribunal Constitucional.. O CJN ganhou quatro e perdeu apenas o seu processo, Sabe porquê? Porque o senhor mentiu ao TC, disse que não foi notificado por nós, mas nós notificámos. E eu tenho provas", disse
"Parabéns por ter ganho este processo, mas o senhor sabe como ganhou", disse, num braço de ferro que deverá continuar até domingo, quando se conhecerem os resultados para os órgãos nacionais.
Em sua defesa, Paulo Colaço lembrou que "um partido assenta em três coisas: as pessoas, os valores e as regras. São os militantes, o programa ideológico e os estatutos e eu não ultrapassei num milímetro estes 3 pilares", disse.