Líder do PSD-Madeira precisa apenas de um deputado para formar um Governo maioritário e deve fazê-lo com o CDS. Luís Montenegro antecipa derrota idêntica do PS e Chega nas legislativas nacionais.
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À quarta foi quase de vez. Miguel Albuquerque venceu as eleições na Madeira com 43,43% e 23 mandatos, ficando a 300 votos e um deputado da maioria absoluta. O CDS elegeu um parlamentar e deverá assegurar a estabilidade na região. O grande derrotado da noite foi o PS, perdeu três deputados e foi ultrapassado pelo JPP. Albuquerque salientou que a sua vitória “é a demonstração do que o povo quer” e “uma clara derrota da coligação da Esquerda”, mas não esclareceu o que vai fazer se for acusado de algum crime: “Ainda nem fui ouvido”, atirou.
Com legislativas à espreita, Luís Montenegro não perdeu a oportunidade para fazer uma leitura nacional dos resultados, mostrando-se convicto que os portugueses vão dar uma resposta idêntica em maio, acreditando que o PS e o Chega vão ser penalizados pelos eleitores. Já Pedro Nuno Santos atirou as responsabilidades apenas para o PS-Madeira e referiu que não tira “nenhuma ilação” nacional.
À saída do jogo da seleção nacional de futebol, também o presidente da República considerou que os madeirenses optaram pela “estabilidade”. “Houve maioria absoluta, uma vez que o PSD com o CDS têm maioria absoluta”, disse Marcelo.
Na Madeira, foi preciso esperar pouco mais do que duas horas para se conhecer o novo desenho da Assembleia Regional. O PSD foi o grande vencedor da noite a conquistar mais 13 mil votos do que em 2024, passando de 19 para 23 mandatos. O JPP, a segunda força mais votada, elegeu mais dois mandatos e a bancada parlamentar terá 11 deputados. O PS passou a ser a terceira força política da região, perdendo três parlamentares. O Chega e o CDS perderam um cada. Já a IL manteve o mandato.
Na festa, Miguel Albuquerque proclamou que é a sua maior vitória desde que assumiu a liderança dos sociais-democratas na região e que os madeirenses deixaram claro que querem “estabilidade” e um “governo para quatro anos”. Embora tenha referido que ainda não falou com ninguém para formar Executivo, deixou no ar que o CDS é o “parceiro privilegiado”. José Manuel Rodrigues, eleito ontem, e Nuno Melo já disseram que o CDS será garantia de estabilidade.
Agenda de maledicência
Virado para a Oposição, notou que o resultado é também “uma derrota da coligação de esquerda e da agenda de maledicência que imperou durante toda a campanha eleitoral”. Questionado sobre ser arguido, após a investigação a suspeitas de corrupção na Madeira, o líder regional argumentou que estão a ser usadas como “instrumento político”.
Antes do discurso da vitória, já o primeiro-ministro tinha congratulado Albuquerque pela “extraordinária vitória”. “Na Madeira, como já tinha acontecido nos Açores, como, estou em crer, acontecerá em todo o país, as pessoas põem em primeiro lugar o crescimento da economia, o equilíbrio das contas públicas”, disse. E sublinhou que se tratou de “uma derrota em toda a linha de uma oposição concertada e destrutiva do PS e do Chega”.
Pedro Nuno Santos usou a autonomia como escudo e recusou tirar “ilações”. “É uma derrota do PS da Madeira. Não há como ignorar. Lamento apenas que tenha ganhado o PSD/Madeira e Miguel Albuquerque”,afirmou.