Os alunos do Agrupamento de Escolas Miguel Torga passaram a conhecer melhor Bragança, graças ao "Património Bike", um projeto lançado este ano letivo para despertar os estudantes para a cultura e simultaneamente promover a prática de exercício físico. Além de andarem de bicicleta, os alunos passeiam por locais da sua terra que desconheciam ou sobre os quais nem imaginavam as histórias associadas
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Cada sessão mensal começa com uma explicação sobre o passeio, que tem início na escola, e prossegue para zonas da cidade ou aldeias limítrofes onde existem monumentos e património com interesse.
Trata-se de uma espécie de aula ao ar livre, onde as cadeiras e as mesas da escola são substituídas pelo selim de uma bicicleta. As lições são dadas por professores e alunos. "Na última sessão, seguimos em direção à Rua Abílio Beça, onde existiu o último posto de polícia sinaleiro da cidade de Bragança. Aqui se falou de urbanismo e de meios de comunicação", explica José Domingues, o docente coordenador do projeto.
Na mesma aula os jovens ainda pedalaram até às aldeias de Castro de Avelãs e de Nogueira, onde descobriram que existiu um mosteiro na primeira e aprenderam a fazer pão na segunda. "A diretora do Centro Ciência Viva de Bragança, Ivone Fachada, falou sobre Património Hidrográfico e qualidade da água do rio Fervença", acrescenta o docente.
Em cada sessão fala-se de arte, literatura, história, filosofia, biologia, música, escultura ou artesanato, ao mesmo tempo que se resgata a prática de um desporto sobre rodas, "algo que tem sido esquecido nas escolas", lamenta José Domingues.
Esta é uma forma diferente de aprendizagem, que devia ser adotada em mais escolas
A atividade está inserida no Projeto Cultural do Agrupamento, que tem como objetivo mobilizar as artes na escola para evidenciar a sua dinâmica transdisciplinar. Carolina Vieira, aluna do 12.º ano, considera que esta é "uma forma diferente de aprendizagem, que devia ser adotada em mais escolas".
José Domingues garante que o projeto "está a superar as expectativas", no processo de aprendizagem, mas de modo especial na recuperação e mitigação dos efeitos da pandemia. "É uma atividade geradora de bem-estar emocional e estimulação da criatividade", justifica.