Provas do Secundário serão em julho e setembro. Aferições de Educação Física e de Expressões do 2.º ano foram suspensas.
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Os exames foram adiados para julho e setembro, as provas de aferição de Educação Física e de Expressão Plástica do 2.º ano, marcadas para maio, foram canceladas. Os alunos do Secundário continuam sem saber quantos exames vão ter de fazer este ano ou como irão calcular a média. Os membros da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) reúnem-se segunda-feira para decidir os critérios de acesso. O calendário das candidaturas também ainda não foi publicado.
O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) e a Federação Nacional de Professores (Fenprof) defendem a suspensão das restantes sete provas de aferição e das provas do 9.º ano, tal como no ano passado. "Não faz sentido nenhum fazer provas de aferição neste contexto absolutamente extraordinário. E também seria de bom senso este ano não voltar a haver provas do 9.º ano", defende Manuel Pereira (ANDE).
Para a Fenprof, o Ministério da Educação "limitou-se a fazer o mais fácil": adiar o fim do ano letivo e o calendário de exames uns dias para compensar a pausa letiva. "Chama-se a isto falta de coragem política", criticam em comunicado.
As alterações ao calendário escolar foram publicadas na véspera da pausa do Carnaval que começaria segunda-feira. Os alunos do Pré-Escolar, 1.º e 2.º ciclo acabam as aulas a 8 de julho. Outra alteração que Manuel Pereira critica. "As escolas não têm condições de climatização para estarem em aulas num mês tão quente. Não vai ser um tempo produtivo", insiste.
Com julho preenchido com exames (pautas afixadas a 2 e 3 de agosto), "é um calendário muito apertado para as escolas prepararem o próximo ano letivo". Aliás, frisa o presidente da ANDE, com os resultados da segunda fase divulgados a 16 de setembro "o ingresso no Superior pode ser adiado, tal como o arranque do ano letivo", acredita.
Perguntas de opção
O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), responsável pelas provas nacionais, já havia anunciado, recorde-se, que a estrutura dos exames será similar à do ano passado e será também aplicada ao 9.º ano: haverá perguntas obrigatórias e outras opcionais, sendo que deste grupo apenas contam para a nota as melhores respostas. No ano passado, alunos do 11.º e 12.º só fizeram provas de ingresso e os exames não contaram para a média de conclusão do Secundário.
"Queremos que as decisões sejam tomadas no mais curto espaço de tempo. Pode esperar-se uns dias, mas não adiar eternamente decisões que exigem grande organização às escolas", defende o presidente da Associação de Diretores (ANDAEP), Filinto Lima.
Para o presidente da Confederação de Pais (Confap), Jorge Ascenção, aferições e provas do 9.º só devem realizar-se se a pandemia o permitir e se houver garantias de uma avaliação "justa e equitativa".
Justificação ME
As alterações ao calendário escolar e de provas nacionais foram justificadas pelo Ministério da Educação "para compensar" os dias da pausa letiva que decorreu entre 22 de janeiro e 5 de fevereiro.
Prova oral
A componente oral da prova de aferição de Inglês irá ser feita pelos alunos do 5.º ano, entre 27 de maio e 9 de junho.
Concurso de acesso
No ano passado, a primeira fase de candidaturas ao Ensino Superior decorreu de 7 a 23 de agosto, tendo sido os alunos colocados a 28 de setembro. A segunda e terceira fases decorreram em outubro.