
Os alunos queixam-se de falta de aquecimento nas salas de aula.
Foto: Leonel de Castro / Global Imagens
Dezenas de estudantes da Escola Artística Soares dos Reis, no Porto, uniram-se num protesto organizado pelo movimento "Voz aos Estudantes" nesta terça-feira. A concentração foi marcada por reivindicações para a melhoria das condições daquela instituição de ensino.
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Em frente à Escola Artística Soares dos Reis, os alunos ergueram cartazes com mensagens impactantes e gritam, em uníssono: "A net, onde está?", "Obras sim, frio não" e "Mais ajuda na compra de materiais". Entre as principais exigências dos alunos do Ensino Secundário, destacam-se o acesso à internet, o reforço de funcionários e o fim dos exames nacionais, numa semana dedicada à luta contra as “condições degradantes” da escola pública.
“Quando está a chover, o teto parece que vai cair sobre nós, porque não tem resistência suficiente para a chuva", descreve Sofia, estudante do curso de Design de Comunicação da Escola Artística Soares dos Reis. Outra preocupação, conta, é a “falta de aquecimento”, deixando os alunos expostos ao frio.
Lia Almeida, do 11.º ano, destaca a escassez de funcionários, afirmando que "a escola tem poucos funcionários para a quantidade de alunos que tem”. A aluna ressalta, também, os problemas com a internet, “especialmente nas salas de Design de Comunicação”, onde a internet é necessária para a utilização de programas e sites no curso que frequenta.
Só uma tarde livre
Os manifestantes defendem não apenas melhorias nas condições físicas, mas também a redução da carga horária. "A quarta-feira é o único dia em que temos a tarde livre”, reforça Maria Moreia, do curso de Audiovisual.
Até mesmo os funcionários, como Maria José Castro, “Mizé” para os alunos, marcaram presença no protesto. "Faço o que posso", revela a funcionária que trabalha na escola há oito anos, mas, devido a um acidente, trabalha de muletas. Maria destaca a necessidade de mais funcionários na escola: "Esta escola é excecional, mas os funcionários não são suficientes". “Os meninos são incríveis e isso é o que me faz vir trabalhar oito horas por dia”, acrescenta.
Até ao final da semana, estão previstas outras manifestações, convocadas pelo movimento "Voz aos Estudantes", nas escolas secundárias Fontes Pereira de Melo, no Porto, na Almeida Garrett, em Vila Nova de Gaia e na José Afonso, em Loures (distrito de Lisboa).
