Professores reportam suspensão de aulas, dificuldades no acesso e perda de tempo. Governo garante que escolas conseguiram resolver “falhas pontuais”.
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Os alunos do 4.º e do 6.º ano terminaram a primeira semana de provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA). A avaliação é feita em computador. A presidente da Associação Nacional de Professores de Informática (ANPRI), Fernanda Ledesma, e o secretário-geral da Fenprof, José Feliciano Costa, apontam falhas. Governo garante que são “pontuais”.
“Os professores reportam falhas na rede de Internet que levaram à interrupção, adiamento ou encurtamento da duração das provas. Já recebemos casos de alunos com necessidades educativas que fizeram a prova no corredor por a sala não ter net”, aponta José Feliciano Costa. Fernanda Ledesma acrescenta que em muitas salas, os alunos não começam a prova ao mesmo tempo: “Há sempre quem não consiga aceder à plataforma”.
Já houve casos em que os dados relativos aos alunos com necessidades específicas “desapareceram da plataforma” ou de escolas que têm de voltar a “validar as provas” porque as “passwords dos alunos que faltaram, que nem deviam ter sido usadas, aparecem na plataforma como tendo feito a avaliação”. “São os problemas de uma avaliação digital. Há problemas técnicos que persistem, apesar de não atingirem a dimensão nacional de há dois anos”, afirma Fernanda Ledesma.
“Na generalidade, as provas ModA têm decorrido dentro da normalidade e com tranquilidade. Dos casos reportados aos serviços do Ministério da Educação, apenas foi dado conhecimento de falhas pontuais, que as escolas têm conseguido resolver para a realização da prova”, reagiu ao JN o gabinete do ministro Fernando Alexandre.
Um terço sem aulas
As provas estão a decorrer em contexto de greve. José Feliciano Costa assegura que a adesão média tem rondado “os 35%”, sobretudo em escolas de 1.º Ciclo. Num terço registou-se suspensão de aulas. Cristina Mota, do movimento Escola Pública, denuncia que há professores em greve que estão a ser substituídos pelos diretores. O presidente da associação nacional de diretores assegura que a lei é cumprida e que a convocatória tem de prever “efetivos e suplentes” para a vigilância. Filinto Lima assume que muitas escolas, consoante o número de alunos e de turnos que tenham de fazer, fecham o dia inteiro ou, pelo menos, da parte da manhã.