O número de alunos a frequentar cursos profissionais continua a dininuir de ano para ano. De acordo com o portal Infoescolas, no ano letivo 2019/2020 estavam inscritos 110 549, quase 40%do total de alunos do Secundário. Em 2022/ 2023, eram 105952 alunos, menos 4597, baixando para cerca de 35% do Secundário.
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Saiba em que lugar ficou a sua escola no ranking
O país falhou a meta de se atingir 50% de alunos nesta via de ensino em 2020 e está cada vez mais distante de conseguir cumprir o objetivo traçado para 2030: 55% dos alunos do Secundário.
O presidente da Associação Nacional de Escolas Profissionais (Anespo) responsabiliza o modelo “falhado” de orientação vocacional no 9.º ºano que “dá pouca informação a alunos e famílias”.
“Na globalidade é um serviço de encaminhamento tendo em conta os recursos e oferta das secundárias”, aponta Amadeu Dinis, sublinhando que a fraca orientação tem contribuído para que muitos alunos, no final do 10.º ano, mudem de curso, perdendo um ano. O presidente da Anespo defende, por isso, há anos, um serviço de orientação vocacional externo às escolas, com diversos profissionais e não apenas psicólogos escolares.
“Só quando se mudar o modelo, conseguiremos aproximar-nos da meta”, insiste Amadeu Dinis. O país precisa de aumentar os quadros intermédios para alavancar a produtividade. As taxas de empregabilidade destes cursos têm disparado, mas a formação não tem conseguido responder às necessidades de procura de técnicos pelas empresas, argumenta o presidente da Anespo.
De acordo com os dados do Infoescolas, a taxa de conclusão dos cursos no tempo esperado (três anos) foi de 70% a nível nacional no ano letivo de 2022/2023 - menos seis pontos percentuais do que a taxa média entre os cursos científico-humanísticos que foi de 77%.
Se no suplemento do ano passado, quase metade das escolas com cursos profissionais tinham uma taxa de conclusão superior a 70%, os últimos dados do Infoescolas apontam para quase 60% das escolas. Só em 60 escolas (8,7%) a taxa foi inferior a 50%.
Concentrados em seis áreas
Quase 60% dos alunos estão inscritos em cursos de seis áreas: Informática, Desporto, Audivisual, Hotelaria e Restauração, Turismo e Eletrónica.
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), recorde-se, prevê um investimento superior a 400 milhões de euros na instalação de 365 centros tecnológicos especializados (CTE) nas escolas para modernizar e permitir a abertura de novos cursos. Amadeu Dinis assegura que os 104 centros da primeira fase “estão quase todos concluídos”. Os restantes devem ficar até final de dezembro.
“As escolas vão ficar muito melhor apetrechadas, com equipamentos indústriais 4.0 e 5.0, o que vai permitir aumentar a oferta de cursos já no próximo ano letivo. O número de turmas devia aumentar desde que não esbarremos na orientação profissional”, defende Amadeu Dinis.