Provas digitais no 9.º ano, com distribuição dos alunos em dois turnos, à mesma hora de exames no Secundário, exigem enorme logística em termos de número de professores e de número de salas. Movimento Missão Escola Pública denuncia constrangimentos.
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Os alunos do 9.º fazem, na sexta-feira, prova a Matemática e a maioria das escolas está a distribuir estes alunos em dois turnos. Quem fizer a avaliação no primeiro será à mesma hora que o exame de Biologia e Geologia do 11.º ano. Essa articulação está a causar “dores de cabeça” aos diretores. Há agrupamentos, denuncia a dirigente do movimento Missão Escola Pública, Cristina Mota, que têm de colocar os alunos do Secundário a fazer exame em oficinas ou pavilhões para atribuírem as salas com melhores condições, nomeadamente de rede e com mais tomadas, para os do 9.º, que fazem provas num modelo híbrido: parte digital e parte em papel.
Os do 9.º voltam a fazer provas na próxima quarta-feira, dia 25, de Português, totalmente em formato digital, que irá coincidir com o exame de Geometria Descritiva (11.º). A primeira fase de exames do Secundário, que arrancou na terça-feira, termina a 30 de junho. As pautas serão afixadas a 15 de julho, tal como os resultados do 9.º. A primeira fase de candidaturas ao Ensino Superior será entre 21 de julho e 4 de agosto.
“Receamos que possa haver perturbações. Os alunos que fazem a prova no primeiro turno só podem sair depois dos do segundo turno entrarem. Não se podem cruzar para evitar fuga de informação. A indicação é que não podem ter o telemóvel, mas podem fazer a prova com o seu computador e nesse caso terão possibilidade de ligação”, alerta Cristina Mota. Há casos de agrupamentos, com dois ou mais edifícios que separam as instalações, mas têm de criar dois secretariados de exames. “É uma logística que exige muitos professores”, sublinha.
Três exames
O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, confirma que a logística “não é fácil” e que provas digitais, em dois turnos, ao mesmo tempo que exames “é uma dor de cabeça”. No entanto, o pior, é a coincidência com feriados municipais e festas populares, diz.
Já Filinto Lima, presidente da associação nacional de diretores (ANDAEP), assegura que as escolas estão preparadas: “A distribuição dos alunos por dois turnos ou provas do 9.º à mesma hora de exames, não é uma novidade. Cada agrupamento adapta às suas condições”.
As regras aprovadas em 2023 são aplicadas este ano pelos alunos do 12.º. Os alunos têm de fazer pelo menos três exames para concluir o Secundário. A prova de Português voltou a ser obrigatória para todos os alunos. Os exames usados como provas de ingresso têm mais peso no acesso ao Superior (entre 45 a 60%). A fórmula da média do Secundário muda no próximo ano - disciplinas deixam de contar todos o mesmo.