Alusão a casos de pedofilia significa que Bento XVI não "foge" ao tema
O bispo das Forças Armadas e Segurança considera que o Papa, ao afirmar que, quanto aos casos de pedofilia, "a maior perseguição à Igreja" vem do "pecado" da Igreja, quis vincar que "não vai fugir" ao tema.
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O bispo Januário Torgal Ferreira falava à Agência Lusa após Bento XVI ter defendido hoje, terça-feira, no âmbito da sua visita a Portugal, que "a maior perseguição à Igreja" não vem de "inimigos de fora, mas nasce do pecado da Igreja".
Segundo o prelado, com estas palavras o Papa está a "querer marcar o ritmo", como que dizendo: "Não julguem que eu venho aqui para encobrir. Não julguem que eu venho aqui fechar os olhos e os ouvidos a determinados problemas".
Na opinião do bispo, a posição de Bento XVI significa também que o Papa está determinado a dar o "relevo e a importância" que o assunto merece, exibindo a mesma "coragem" que teve ao dirigir-se aos católicos da Irlanda.
"Essa coragem é como quem está a gerir a orquestra e não foge a esse compasso", observou, notando que, no fundo, o que o Papa quer sublinhar é que não vai "fugir" à questão.