Álvaro Beleza: "Estar com o Pedro Nuno é participar naquilo que o PS sempre foi"
O dirigente socialista e presidente da Sedes Álvaro Beleza almoçou, esta quinta-feira, com Pedro Nuno Santos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, confirmando, em declarações aos jornalistas, o apoio ao candidato a secretário-geral do PS.
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"Eu e o Francisco [Assis] somos os chamados da esquerda liberal. Entendemos que estar com o Pedro [Nuno Santos] é participar naquilo que o PS sempre foi: o partido das várias sensibilidades e das várias correntes", afirmou Álvaro Beleza, em declarações aos jornalistas, depois do encontro com Pedro Nuno Santos, que se encontrava ao seu lado, confirmando o seu apoio ao deputado à liderança do PS.
Álvaro Beleza começou por apontar que o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, "é um grande socialista", partilhando a convicção de que o PS poderá contar com o governante "qualquer que seja o resultado" de Pedro Nuno nas eleições, mas é o deputado socialista que tem o seu apoio. Referindo-se a aspetos que partilha com Assis, Álvaro Beleza afirmou que consideram que o socialista "tem energia, ambição, muita alma e muita coragem".
"Acho que Portugal precisa de esperança, precisa de algumas mudanças e de algumas reformas. Precisa de alguém que decida e compete-nos a nós ajudar nesse processo", reiterou o membro da Comissão Política do PS.
Álvaro Beleza, conotado como a voz dos moderados dentro do PS, considerou "natural" que exista alguma surpresa quanto ao seu apoio a Pedro Nuno, mas deixou claro que aquilo que defende "não muda", admitindo algumas concordâncias e discordâncias com o candidato. "A saúde é uma das [áreas em] que concordamos", apontou.
Confrontado com o facto de ter tentado convencer os dois candidtaos a chegarem a um acordo para as aleições, algo que revelou quarta-feira em entrevista à CNN/Portugal, Álvaro Beleza considerou que cumpriu com a sua obrigação e dever para evitar "uma disputa interna". Acrescentando que "é natural que havendo depois eleições, o líder da oposição irá usar o argumentário daquele que perder as eleições".
"Nós somos fraternos entre nós, tratamos dos assuntos como cavalheiros. Temos diferenças, faz-se debate como sempre foi feito. Mas depois, não tenham dúvidas, o PS estará unido. Haverá um PS inteiro que quer um país inteiro", assegurou.
Questionado se gostaria de ver debates públicos entre os candidatos, Álvaro Beleza defendeu que as eleições diretas "não deve ser espetáculo televisivo", mas sim um momento de discussão com os militantes. "É uma questão interna entre socialistas e, portanto, temos que fazer um pouco de política antiga, entre cavalheiros com 'fair play'. Entre portas há assuntos que devem ser falados entre portas e outros no espaço mediático com transparência perante os portugueses", advertiu.
Os socialistas vão a eleições internas nos dias 15 e 16 de dezembro para eleger o sucessor de António Costa a secretário-geral do PS, na sequência da sua demissão ao cargo de primeiro-ministro no início de novembro. Apresentaram-se até agora três candidatos, o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o ex-ministro das Infraestruturas e deputado Pedro Nuno Santos e o dirigente socialista Daniel Adrião.