Um grupo de ex-polícias portugueses e de outros países, que inclui Gonçalo Amaral, está a investigar por conta própria o caso Maddie.
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O ex-coordenador da Judiciária disse ao JN que o resultado será comunicado ao PGR.
A inquietação e curiosidade eram grandes e o sabor amargo de um arquivamento "precoce e político" deixou-os a "remoer" uma solução. Os termos são de Gonçalo Amaral - o primeiro responsável pela investigação do desaparecimento de Madeleine McCann - que revela que o grupo de investigadores, composto por portugueses, espanhóis, ingleses e alemães, quer "saber a verdade".
"Temos falado, trocado ideias, tentado perceber o que aconteceu, discutido hipóteses e pensado em todo este processo", revela o ex-coordenador do Departamento de Investigação Criminal de Portimão da Polícia Judiciária. Apesar de recusar revelar o que está a ser feito no terreno e em que moldes, lá vai garantindo que "esta investigação não é para arranjar provas contra o casal McCann".
"Queremos contribuir para que a verdade seja conhecida e dessa forma seja feita Justiça. Se houver culpados eles devem ser presentes à Justiça. Este é um direito de qualquer cidadão deste país, é lutar para que em todos os casos haja Justiça", sustentou Gonçalo Amaral, frisando que "não são só os tribunais, os polícias e os juízes que lutam pela Justiça, qualquer pessoa o pode fazer".
Afiançando que, com esta investigação "não se pretende perseguir ninguém", o ex-coordenador reforça a necessidade de se perceber "o que poderia ter sido feito na ocasião e o que pode agora ser feito". Sempre na tentativa de "descobrir a verdade e de perceber o que realmente aconteceu a Madeleine". Optando por não revelar grandes pormenores, Gonçalo Amaral diz que o grupo é constituído por polícias reformados, que investigam "por conta própria" e "sem recurso a fundos".
O que for apurado será depois alvo de um "documento bem fundamentado" e que deverá ser entregue ao Procurador Geral da República (PGR), com o pedido de reabertura do processo que se encontra arquivado desde 21 de Julho de 2007.
"A investigação criminal, antes de ter chegado a meio, foi abruptamente interrompida. Há muita coisa ainda para ser investigada que até pode não dar em nada, mas pode levar a outros caminhos e à verdade", adianta o ex-coordenador que pede "coragem política" a quem tem poderes para "reabrir o processo".
"Se a caixa postal da PGR fosse inundada com, por exemplo, três milhões de pedidos de reabertura do processo, acredito que talvez o caso fosse reaberto", afirmou o investigador.