Ana Gomes foi constituída arguida nesta quinta-feira, na sequência da queixa da Solverde por declarações públicas da ex-eurodeputada que a empresa considerou atentatórias contra o seu bom nome.
Corpo do artigo
Num tom irónico, Ana Gomes revelou à Rádio Observador que a única novidade relativa à sua queixa à Procuradoria-Geral da República sobre o caso Spinumviva, realizada em março, é a de que foi notificada pelo Ministério Público, "num processo que a Solverde acionou".
Há sete meses, criticou de forma áspera a ligação entre a Solverde, que opera casinos e hotéis em Portugal, e a Spinumviva, empresa da família de Luís Montenegro.
A Solverde pagava uma avença mensal para serviços de proteção de dados. "O que aconteceu leva-me a pensar que há um sistema absolutamente fraco para fazer o controlo do branqueamento de capitais num setor vulnerável. Não estamos a falar só no jogo territorial dos casinos, mas também no jogo online", revelou a antiga eurodeputada.
"Não é normal em qualquer país do mundo e da UE que o primeiro-ministro receba dinheiro, mesmo através de uma empresa familiar, de empresários e em particular de empresas de casinos", acrescentou.
As declarações motivaram a notificação do Ministério Público.
