O presidente do Chega, André Ventura, vai ser candidato nas Eleições Presidenciais previstas para janeiro do próximo ano, confirmou o próprio aos deputados daquele partido, este sábado.
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A candidatura foi confirmada por fonte do partido ao JN. André Ventura informou os 50 deputados do Chega através de uma missiva enviada este sábado.
Na comunicação, o líder do Chega justifica a candidatura com a necessidade de existir um presidente da República "que não tenha medo de dizer que está ao lado das forças de segurança, dos polícias e dos magistrados na luta contra o crime".
André Ventura acrescenta que, se for eleito, não hesitará "em alinhar ao lado dos portugueses de bem contra os bandidos" e que pressionará "para dar carta verde às forças da ordem para atuarem de forma implacável contra as organizações criminosas e os criminosos que põem a nossa segurança pública em risco”.
Na missiva, não é especificado quem são os bandidos ou as organizações criminosas que supostamente estão a pôr em causa a segurança do país que, segundo o Índice Global da Paz, é o sétimo mais seguro do Mundo.
A candidatura de André Ventura será oficializada no dia 28 de fevereiro, às 20 horas, no Mosteiro dos Jerónimos, cumprindo assim a promessa feita pelo líder do Chega de anunciar se era ou não candidato até março deste ano.
Frisando que a sua candidatura é "anti-corrupção e anti-imigração", André Ventura critica o "sistema vigente de bipartidarismo e de negociatas do regime". E deixa, ainda, uma farpa à mais que provável candidatura do Almirante Gouveia e Melo: “Não estamos à venda, nem aceitamos ceder os nossos votos e o nosso apoio para ninguém que não queira, não mereça ou rejeite o nosso apoio”.
A candidatura do almirante Gouveia e Melo ainda não foi oficializada, mas vários partidos já recusaram apoiá-la. Apenas o Partido Popular Monárquico aceita apoiar o almirante e um grupo de cidadãos, que tem como principais rostos os dois antigos dirigentes maçónicos José Manuel Anes e Paulo Noguês, vão constituir uma associação que pretende ajudar à eleição presidencial de Henrique Gouveia e Melo.
Recorde-se que André Ventura foi candidato às Eleições Presidenciais de 2021, com apoio do Chega, tendo ficado em terceiro lugar, com 11,9% dos votos. Nesse ano, Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito com 60,7%, com apoio do PSD e do CDS-PP, seguindo-se Ana Gomes, com 12,97%, apoiada pelo Livre. O PS não expressou apoio oficial a qualquer candidato.
Na sequência desta eleição, André Ventura, que tinha prometido demitir-se se ficasse atrás de Ana Gomes, apresentou a demissão de líder do Chega. No entanto, recandidatou-se logo a seguir e continuou à frente do partido.
André Ventura foi ainda cabeça de lista por Lisboa e candidato a primeiro-ministro nas Eleições Legislativas de 2022 e de 2024, onde o partido arrecadou 7,18% e 18,07% dos votos, respetivamente.