André Ventura, líder do Chega, diz que as críticas que um grupo de benfiquistas lhe dirigiu esta sexta-feira são "injustas". O político recém-eleito para o Parlamento saúda também a reação do Benfica que, entretanto, se demarcou da carta aberta.
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Ressalvando que "todos têm o direito de dizer o que querem" e que "um político está sujeito à crítica", André Ventura considera, no entanto, que as críticas feitas por Ricardo Araújo Pereira, Henrique Raposo, José Eduardo Martins, Jacinto Lucas Pires e Pedro Norton - que numa carta aberta publicada no "Expresso" o acusam de "instrumentalização política do Benfica" - são imerecidas.
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"Acho que é injusto porque nunca usei o nome do Benfica em nenhum ato de campanha nem convidei, sequer, nenhum dirigente do Benfica. A minha campanha não teve nada a ver com futebol nem com o Benfica", disse André Ventura, em declarações ao JN. "A direção do Benfica esteve bem em não responder e em remeter para os estatutos, que dizem que os sócios não podem ser diferenciados consoante as suas convicções políticas. Eu sou tão sócio como um sócio do BE ou do Livre ou do PCP", acrescentou.
Sobre as acusações de racismo e as preocupações que estas têm gerado em várias figuras públicas, André Ventura prefere estabelecer uma comparação: "Há partidos que têm líderes benfiquistas que defendem o regime da Venezuela ou o presidente da Coreia do Norte [numa alusão indireta a Jerónimo de Sousa, líder do PCP], por que é que agora se há de falar do André Ventura e do Chega...? [Os autores da carta aberta] têm o direito de a fazer, mas acho que é uma crítica injusta".
André Ventura é, recorde-se, comentador de futebol e justiça num canal televisivo, lugar que ainda não decidiu se vai ou não manter agora que foi eleito deputado: "Da minha parte há vontade de continuar a marcar presença televisiva, mas tenho de avaliar isso", concluiu.