O primeiro-ministro demissionário rejeitou este domingo qualquer candidatura à presidência da República em 2026, reafirmando que essas funções não fazem o seu estilo. António Costa foi questionado pelos jornalistas após ter votado na Escola José Salvado Sampaio, em Lisboa, afastando totalmente essa possibilidade.
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Interrogado se, daqui a dois anos, pretende candidatar-se a presidente da República, António Costa descartou por completo essa possibilidade, salientando que tem vocação para "funções executivas".
"Essas funções presidenciais não fazem o meu estilo, de comentar o que os outros fazem, opinar sobre o que os outros devem fazer. Isso não é bem o meu estilo e a minha forma de estar na política. Podem estar descansados: daqui a dois anos ninguém vai ter de se incomodar a vir votar em mim", afirmou, salientando ainda que não é o seu futuro que está hoje em causa, depois de ser questionado se ambiciona ser o próximo presidente do Conselho Europeu, uma das hipóteses que tem estado em cima da mesa.
Questionado sobre onde irá passar a noite eleitoral, António Costa sublinhou que há 30 anos que não vive um dia eleitoral sem ser candidato, comparando a sua situação atual à de um jogador de futebol que passa à posição de adepto.
"Eu tive ainda a felicidade de assistir a muitos jogos ao lado do Eusébio e eu hoje percebo melhor o nervosismo que ele tinha quando estava sentado na bancada. Ele tinha uma toalha que torcia e retorcia. Eu não tenho uma toalha, mas acho que me vou concentrar num 'puzzle' para gerir essa ansiedade", gracejou.
Vai ao Altis se o PS perder
Interrogado sobre se irá marcar presença no hotel lisboeta onde decorre hoje a noite eleitoral do PS, o primeiro-ministro respondeu: "Se o resultado não for bom, seguramente irei lá expressar a solidariedade, se o resultado for aquele que desejo, ninguém precisa de mim para a festa".
Nestas declarações aos jornalistas, António Costa foi ainda questionado se, caso soubesse o que sabe hoje, se teria demitido da função de primeiro-ministro, tendo respondido que "há deveres de consciência que não têm momento".
"Eu expliquei a razão pela qual entendi ser meu dever resignar às funções que estava a exercer porque tenho, além do mais, um dever de proteger as instituições e um primeiro-ministro não pode nem deve estar sob suspeição", referiu, acrescentando que as decisões subsequentes - designadamente a convocação de eleições - o transcendem, apesar de considerar que não se deve reabrir essa discussão.
"As eleições foram marcadas, foram disputadas, agora o que importa é que as pessoas votem e façam a escolha", disse