A Ocean Rebellion (OR), uma organização promotora da defesa e preservação dos oceanos, tem protestos marcados para os primeiros dois dias (27 e 28 de junho) da Conferência dos Oceanos 2022 (UNOC), em Lisboa. Os protestos vão acontecer em frente ao Altice Arena e prometem chocar com imagens "disruptivas", avisou Chris Armstrong, representante da OR, em resposta escrita ao JN.
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Uma pequena comitiva da OR vem do Reino Unido para pressionar os líderes mundiais a adotarem medidas que consideram necessárias para proteger os oceanos. Reivindicam uma resposta "à altura da exigência: à medida que o oceano morre, nós morremos também", alertam. E defendem que a ONU tem de reinventar o seu papel no século XXI.
A Declaração de Lisboa - um conjunto de compromissos conjunto que resultará da conferência - deve reconhecer que enfrentámos "uma emergência global muito alarmante", e o atual rascunho não menciona esse facto, refere a OR. "As respostas devem corresponder à escala do problema", insiste a organização.
Uma declaração não comprometida com a biodiversidade e que não tenha em conta a crise climática que enfrentamos será mais um conjunto de planos sem a verdadeira ação de que o oceano precisa, dizem. "Os nossos líderes falam muito, mas agora precisam de agir". O tempo para a ação é agora, realçou o representante.
Protestos performativos
O primeiro protesto está marcado para as 6 horas da manhã de 27 de junho, e o segundo para as 13 horas do mesmo dia, em frente ao Altice Arena, onde são esperados representantes dos 193 Estados-membros da ONU. As ações querem fazer a diferença pela sua vertente performativa, como é prática da organização: manifestantes vestidos de fato e gravata, cobertos de sangue, com peixes na cabeça, serão alguns dos adereços usados.
Entre as exigências, a OR quer o fim de todos os subsídios a combustíveis para frotas pesqueiras e a proibição da pesca de arrasto em águas profundas pelos danos que provoca na biodiversidade.
A terceira ação, marcada para dia 28, não vai poupar no choque: três pessoas de olhos vendados vão ter o corpo coberto com peixes mortos, inclusive dentro da boca. A performance quer aludir ao silêncio da ONU perante a degradação dos oceanos e apelar à necessidade de mudança.
A UNOC, organizada por Portugal e o Quénia, vai decorrer entre 27 de junho e 1 de julho, em Lisboa.