Oftalmologistas, ouvidos pelo JN, estranham que a cirurgia não esteja descrita num artigo científco. A recuperação da visão não é expectável.
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O anúncio do primeiro transplante de olho inteiro, realizado em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, num doente de 46 anos que sofreu um grave acidente de trabalho está a gerar reservas na comunidade científica. Oftalmologistas especializados no transplante de córnea, contactados pelo JN, estranham que o procedimento não esteja já descrito num artigo científico e asseguram que não há expectativa de que o doente possa recuperar a visão daquele olho. Se a intervenção foi feita por motivos estéticos, também levanta dúvidas sobre os riscos face a uma prótese.
O transplante de olho inteiro, feito em maio, incluiu a reconstrução de parte do rosto e o hospital deixa claro que ainda não se sabe se o doente recuperará a visão daquele olho. Ainda assim, o “NYU Langone Health” realçou, em comunicado, que o novo orgão “demonstrou sinais extraordinários de saúde, incluindo fluxo sanguíneo direto para a retina”.