A Rede Europeia Anti-Pobreza lançou, esta terça-feira, a campanha nacional para sensibilização da sociedade e poderes políticos, denominada de #pobrepovo, no 15.º Fórum de Combate à Pobreza. A decorrer até amanhã, o evento junta especialistas para refletir o problema que afeta dois milhões de pessoas em Portugal.
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"Estou a trabalhar a meio tempo, estou numa residência de estudantes e, infelizmente, quando chego ao dia 20, 21, já não tenho dinheiro para fazer face às despesas. A minha sorte, neste momento, é que tenho um filho mais velho que me ajuda bastante. Realmente é muito triste num país como o nosso haver pessoas que estão nesta situação, porque a inflação e o custo de vida sofreram grande aumento e não se consegue fazer face às despesas”. Esta é uma das mensagens presentes na campanha #pobrepovo que realça dados sobre a pobreza e a exclusão social em Portugal através de testemunhos reais.
À semelhança desta mensagem, serão espalhados cartazes, por todo o país, e divulgados vídeos nas redes sociais com vários testemunhos de pessoas que vivem em Portugal em situação de pobreza.
De acordo com os produtores da campanha o conceito povo "é intencionalmente transversal porque enquanto o grave problema que é a pobreza não estiver resolvido, seremos todos, todo o povo, responsável e pobre porque permite este flagelo e porque fala enquanto sociedade”.
Estratégia traz muitos desafios
Uma das medidas do Plano de Ação da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza (ENCP) para o horizonte 2022-2025, apresentado esta terça-feira, passa por uma resposta centralizada nas autarquias. Para Luísa Dantas, representante da EAPN, "os desafios da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza são muitos mas esta Estratégia tem sobretudo de ter em conta outra uma mudança estrutural no processo de implementação no nosso país, a transferência de competências sociais para as autoridades".
"É absolutamente necessária uma monitorização e avaliação da sua aplicação de forma a não perder as oportunidades de garantir o acesso a esses serviços por parte da população mais carenciada. Só assim se conseguirão verdadeiras mudanças estruturais de combate à pobreza", alerta Luísa Dantas.