A coligação PSD/CDS não teve maioria absoluta, mas Miguel Albuquerque garante que apresenta, nos próximos dias, uma coligação parlamentar que assegurará um governo de maioria na Madeira e fecha a porta ao Chega, que elegeu quatro deputados. PS tem queda enorme. JPP cresce, IL estreia-se. BE, PCP e PAN com um deputado.
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Miguel Albuquerque garante que vai apresentar, nos próximos dias, até final da semana, uma coligação parlamentar que assegurará um governo de maioria, "estável", na Madeira. A promessa, afirmou, é que se demitiria caso não conseguisse uma solução governativa maioritária mas isso está assegurado, disse. Sem revelar com quem irá governar, esclareceu apenas que o Chega não fará parte dessa coligação. "Quem perdeu as eleições foi o PS", frisou, sublinhando que PSD/ CDS ganhou em 52 das 54 freguesias. Face à insistência dos jornalistas sobre se iria demitir, insistiu: "Tenho condições para apresentar um governo com maioria absoluta".
O gabinete do primeiro-ministro divulgou este domingo uma nota, com António Costa a felicitar Miguel Albuquerque. "O Primeiro-Ministro felicitou o Presidente do Governo Regional da Madeira pelo resultado eleitoral hoje alcançado, com votos de continuação de bom trabalho em prol da Região e do País", escreveu.
Nuno Morna conseguiu que a Iniciativa Liberal se tenha estreado no Parlamento regional e, na declaração de vitória, disse estar aberto para conversar, seja com quem for. “Passo a passo, medida a medida, orçamento a orçamento”, disse, abrindo a porta a viabilizar uma governação PSD/CDS no Parlamento regional. Pode ser o fiel da balança para viabilizar um governo liderado por Miguel Albuquerque.
Luís Montenegro desvaloriza a perda da maioria absoluta pelo Chega. O presidente do PSD considera que a vitória de Miguel Albuquerquer foi "robusta" e afasta qualquer possibilidade de acordo com o Chega quer na Madeira, quer no Continente. Pela primeira vez, o líder social-democrata foi claro quanto a eventuais entendimentos com André Ventura. "Nós não vamos governar nem na Madeira nem no país com apoio do Chega". Recusando pronunciar-se sobre a ameaça de demissão de Albuquerque se não conseguisse maioria absoluta, Montenegro preferiu capitalizar o alcançado - os 43,13% de votos, "o dobro" dos conseguidos pelo PS, frisou, desejando conseguir esse mesmo resultado nas próximas legislativas que assim garantiriam ao PSD maioria absoluta na Assembleia da República.
A IL vai estrear-se no Parlamento regional, com Nuno Morna, o BE volta a ter assento com Roberto Almada, e o PAN elege Mónica Maciel. São dois novos partidos no Parlamento regional.
João Torres, secretário-geral adjunto do PS, reconhece que os resultados do PS na Madeira ficaram "seguramente aquém" do que era desejado, mas procura separar as águas face à política nacional, dizendo que não é possível fazer leituras nacionais. Quanto à perda da maioria absoluta do PSD/CDS-PP na Madeira, diz que ela contraria as sondagens que foram publicadas. "Os protagonistas desta eleição são protagonistas regionais, as interpretações cabem aos protagonistas regionais", disse, saudando Miguel Albuquerque pela sua eleição, numa declaração na sede do PS no Largo do Rato.
Sérgio Gonçalves, o derrotado líder do PS-Madeira, culpa a "dispersão" de votos pelo resultado na Madeira e desafia Miguel Albuquerque a dizer o que fará, agora que a coligação PSD/CDS-PP perdeu a maioria absoluta no Parlamento Regional. "Miguel Albuquerque vai demitir-se e cumprir pela primeira vez com a sua palavra?", perguntou, admitindo que o PS ficou aquém dos resultados desejados.
Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, lamentou que a perda da maioria absoluta pela coligação do PSD/CDS não significa a “interrupção da política de exploração e injustiça até agora prosseguida na região”, mantendo a “necessidade de prosseguir o desenvolvimento do combate dessa mesma política”, disse a partir de Lisboa.
Segundo Paulo Raimundo, apesar deste resultado o PSD e o CDS vão prosseguir a sua política “contando com o apoio de forças e setores ainda mais à direita”.
“A expressiva perda eleitoral do Partido Socialista, confirma no essencial a descredibilização resultante da confirmada ausência de opções distintas na atual maioria regional e confirmado sentimento de desperdício e inutilidade sentida por milhares eleitores que, há quatro anos, haviam confiado o seu voto numa falsa maioria bipolizadora e que viram o Partido Socialista desperdiçar e desprezar a maioria que lhes foi concedida”, afirma.
Paulo Raimundo disse ainda que o surgimento de novas forças políticas na assembleia regional da Madeira é “explicada pela projeção mediática da sua mensagem demagógica e populista”, disse.
André Ventura, líder do Chega, fala num resultado "histórico" ao eleger quatro deputados na Madeira e diz que o resultado mostra que o eleitorado do Chega tem uma "solidez e uma capacidade de mobilização", "um eleitorado fixo, que não muda e que é firme". E desafia Miguel Albuquerque a demitir-se, tal como disse que faria, pelo facto de não ter conseguido a pedida maioria absoluta.
O partido Juntos pelo Povo (JPP) cresceu e soma quatro deputados no Parlamento regional, duplicando o grupo parlamentar. O JPP, que governa a Câmara de Santa Cruz, conquistou votos um pouco por todos os concelhos da região.
O deputado eleito pela CDU para o parlamento regional da Madeira, Edgar Silva, dá como perdida a maioria absoluta do PSD/CDS na Madeira, e regozija-se pelo reforço da votação da coligação PCP/PEV na Madeira, que conseguiu mais votos do que há quatro anos. Faz também notar a "expressiva perda eleitoral" do PS.
Miguel Fonseca, líder do Chega Madeira, acredita que o grupo parlamentar do partido ainda vai “crescer”. Segundo os dados oficiais, o Chega já elegeu três deputados. Segundo o dirigente, que já foi eleito para assembleia regional da Madeira, este resultado é um “voto de confiança” que vai “respeitar ao máximo”. “Iremos fazer com que a democracia finalmente funcione a 100% na Madeira. O nosso grupo parlamentar ainda irá crescer, é essa a nossa esperança”, afirma.
“Tenho a esperança agora de que o Chega seja a terceira força política. Mais um motivo de enorme responsabilidade, vamos fazer de tudo para respeitar a democracia”, acrescenta em notório clima de festa na sede de campanha do partido na Madeira.
O PCP conseguiu manter o deputado único que tinha no parlamento regional. Edgar Silva, coordenador do PCP na Madeira, foi eleito e segura assim o mandato único que o PCP tinha no hemiciclo e que antes era ocupado por Ricardo Lume.
O partido Chega entrou pela primeira vez no parlamento regional da Madeira, de acordo com os resultados oficiais divulgados no site da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna. Às 21 horas, o Chega tinha conquistado 7,96% dos votos e um mandato, para já, atribuído. Miguel Castro, o líder do Chega na Madeira.
Depois do Porto Santo e de Santa Cruz, também o concelho de Machico - um histórico bastião socialista na região - tombou do PS para o PSD. Há quatro anos o PS, tinha ganho com 48,06% dos votos (4779 votos); nestas regionais passou para segunda força política mais votada (32,80%), ficando o PSD com 40,23% (3746 votos contra 3054 para o PS). O JPP continua a ser o terceiro partido mais votado, mas reforçou substancialnente a votação: passou de 3,76% para 10,9%.
Até este momento, foram eleitos 18 deputados para o parlamento regional da Madeira. A coligação PSD/CDS já elegeu 10 deputados e o PS quatro. Segundo os dados oficiais, também o JPP e Chega já conseguirem eleger dois deputados.
Depois de Porto Santo, o PS também perdeu no concelho de Santa Cruz. Os socialistas tinham registado a maioria dos votos nestes concelhos nas últimas regionais. A coligação PSD/CDS conseguiu 7 207 votos e o segundo partido com mais votos foi o JPP (6 121 votos).
Segundo os resultados oficiais, o PS foi a terceira força política mais votada, com 3 336 votos.
O Chega conseguiu 1 876 votos, o PAN 589, a IL 585, a CDU 566, o BE 519, o PTP 215, o Livre 133 votos, o RIR 120, o MPT 103 e o ADN 86 votos.
A abstenção em Santa Cruz ficou-se pelos 44,5%.
De acordo com os resultados oficiais da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna, às 20.50 horas, a coligação PSD/CDS tinha conquistado 43,40% dos votos, com cinco mandatos atribuídos. Seguem-se o PS com 20,04% dos votos e dois mandatos atribuídos e o JPP com 15,14% dos votos e um mandato atribuído até ao momento.
A coligação PSD/CDS conseguiu o dobro dos votos do PS no Porto Santo. Nas últimas eleições regionais, em 2019, o PS reuniu a preferência dos eleitores no concelho.
Segundo os resultados oficiais, a coligação "Somos Madeira, do PSD/CDS, reuniu 1 554 votos, seguindo-se o PS com 745 votos e o Chega com 242. Em 2019, o PS tinha conseguido 1 547 votos.
O JPP foi a quarta força política mais votada com 115 votos, o BE conseguiu 43, a IL 37 votos, o PCP 37, o PAN 36, o Livre 33, o PTP 21, o MPT 16, o ADN 11 e o RIR 7.
Em Porto Santo, a taxa de abstenção foi de 43,5%.
Maria José Afonseca, da CDU, está convicta que o partido “vai ter um bom resultado”, alertando que as “projeções são projeções” e não são resultados “definitivos”.
A dirigente espera que no final da noite eleitoral, a CDU consiga mais votos do que em 2019. “O objetivo era subir, o objetivo era ter mais votos, o objetivo era que a população tivesse mais voz no parlamento. Não podemos falar ainda em vitórias ou derrotas”, afirma.
Segundo as projeções, a CDU deve eleger um deputado para a parlamento regional. Maria José Afonseca lamentou ainda os números da “abstenção” e diz que são culpa da “falta de respostas por parte do Governo”, liderado por Miguel Albuquerque.
“Vamos coninuar a fazer um trabalho junto da população. Hoje é um dia da liberdade, hoje cada voto conta. A minha opinião vale tanto que a opinião do patrão”, afirma.
Patrícia Spínola, do Juntos Pelo Povo (JPP), afirmou aos jornalistas que a coligação PSD/CDS "ainda não tem a maioria absoluta garantida". A projeção da RTP/Católica aponta que "será preciso o CDS para que esta coligação funcione", disse. Os primeiros resultados dão o JPP como a terceira força política no parlamento regional da Madeira. "As notícias são, para já, muito boas", referiu.
Alberto João Jardim, antigo presidente social-democrata do Governo Regional da Madeira, afirmou na RTP Madeira que o resultado do PSD apontado nas primeiras projeções é "pouco". “Estarmos a esta hora da noite com esta dúvida é muito pouco. Para um Governo que teve uma forte comunicação social, que teve dinheiro e que fez o que fez”, referiu.
Os primeiros resultados apurados apontam que o PS perdeu a freguesia de Achadas da Cruz, em Porto Moniz, para a coligação PSD/CDS. Este é um dos poucos municípios onde o PS ganhou nas últimas regionais.
Segundo os resultados oficiais, a coligação PSD/CDS conseguiu 50 votos, contra 45 do PS. O Chega conseguiu sete, o JPP quatro e o PTP um voto.
O diretor de campanha do PS Madeira, Rui Caetano, afirma que a projeção "não reflete vontade de mudança nos madeirenses”, referindo que vai "esperar até à contagem do último voto" para fazer avaliações.
"A projeção indica que há uma grande probabilidade de coligação não atingir maioria absoluta", alerta.
O digirente lembra ainda que Miguel Albuquerque disse que "se não tivesse [maioria absoluta] se demitia”, constatou.
"Vamos ver como se desenrola", disse Miguel Castro, cabeça de lista do Chega na Madeira aos jornalistas. O partido deverá entrar pela primeira vez no parlamento regional e terá um grupo parlamentar. As primeiras projeções da RTP e da Universidade Católica apontam para a eleição de três a cinco deputados. "Vamos trabalhar para todos os madeirenses e porto-santenses que votaram em nós", afirmou.
"Não tenho dúvidas que, daqui a quatro anos, o Chega será uma força política na Madeira, extremamente relevante e crescerá imenso neste mandato", acrescentou. Miguel Castro não perspetiva coligações com nenhum partido e referiu que trabalhará como "oposição".
As primeiras projeções sobre a taxa de abstenção nas eleições regionais da Madeira indicam que esta terá ficado entre 44% e 48%, avança a sondagem da RTP/Católica. Os números estão em linha com os da última eleição, cerca de 44,5%. A confirmarem-se estes valores, será uma das mais altas taxas de abstenção de sempre.
Marco Gonçalves, mandatário da candidatura do PAN, afirma que o partido está “convicto que vai atingir o seu primeiro objetivo que é eleger deputados para o parlamento regional”. Segundo as projeções, o PAN pode eleger um deputado e regressar ao parlamento regional da Madeira. No entanto, o dirigente alerta que “ainda é muito cedo, a noite eleitoral será longa”.
Mário Gonçalves considera ainda que “mesmo não elegendo” o PAN já saiu “vencedor”. “Os números eleitorais serão expressivos face às últimas eleições e isso já será a garantia de continuar o trabalho futuro já amanhã”, afirma.
Dina Letra, coordenadora do BE/Madeira, disse à RTP estar "otimista" em relação às eleições no arquipélago, mas referiu ainda ser cedo para comentar as primeiras projeções da RTP/Católica. "Se a coligação PSD/CDS perder a maioria absoluta, acho que é bom para a Madeira", afirmou. "Todas as maiorias absolutas são sinónimo de autoridade".
Os primeiros resultados apontam para uma vitória da coligação PSD/CDS, entre 44 e 48%, segundo a projeção da RTP e da Universidade Católica, mas a maioria absoluta não está garantida.
Segundo a projeção, a coligação PSD/CDS-PP pode eleger entre 23 - insuficientes para a maioria absoluta -, e 26 deputados para o parlamento regional. Em segundo lugar, surge o PS com uma votação entre os 18% e os 21% e elegendo entre 9 e 12 deputados. A terceira força política mais votada foi o JPP entre 9% e 12% dos votos.
Alícia Teixeira, da Iniciativa Liberal, realça que “os dados apontam para que haja voz” da IL na Madeira, reagindo às primeiras projeções. A liberal sublinha ainda que só no final da noite é possível "dar uma palavra final".
Face à possibilidade de o PSD/CDS não chegar à maioria absoluta, Alícia Teixeira afirma que "as maiorias absolutas não são boas". Quanto à abstenção, a liberal diz que é "um fenómeno, uma constante, e precisa de uma reflexão profunda de todos os partidos e intervenientes”.
Carlos Pereira, deputado do PS na Assembleia Legislativa, reconheceu esta noite que, a confirmarem-se as projeções, os resultados do PS são maus e "claramente" a mensagem do PS não passou na região e "obrigará a uma reflexão". "O PS deve refletir sobre o que se passou, o que correu mal e o que faltou para o eleitrado votar no partido", disse, em declarações à RTP. "O PS não foi capaz de mobilizar a oposição em torno de uma vontade de mudança e isso merece reflexão". As projeções apontam para uma perda entre 7 a 9 deputados.
"Aguardamos serenamente pelos resultados", disse Gonçalo Aguiar, secretário-geral do PS/Madeira. "Assim que tivermos um resultado mais definitivo, voltaremos ao contacto", afirmou aos jornalistas. Os socialistas poderão eleger entre 9 e 12 deputados para o Parlamento da Madeira, de acordo com as projeções da RTP e da Universidade Católica.
Boa noite. O JN vai acompanhar a noite eleitoral no arquipélago da Madeira, com as primeiras projeções da votação e as reações dos partidos políticos.
As urnas abriram às 8 horas e encerraram às 19 horas. A afluência dos eleitores às urnas nas eleições legislativas regionais da Madeira era de 39,9% até às 16h, segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI). Nas eleições de 2019, a taxa de participação foi, à mesma hora, de 40,79%. Em 2015 era de 37,48%. Tal como o JN noticiou, é a primeira vez numa eleição regional que estão a ser utilizados selos de segurança nas urnas espalhadas por 292 secções de voto.