Espanha e França criticaram declarações de líder da organização sobre combustíveis fósseis na COP28, no Dubai.
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Os países favoráveis à redução ou à eliminação dos combustíveis fósseis reagiram fortemente contra a oposição do líder da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a qualquer acordo na COP28 que vise o petróleo, o gás e o carvão.
“É algo muito repugnante os países da OPEP oporem-se a colocar a fasquia onde deve estar” em relação ao combate às alterações climáticas, disse a ministra da Transição Ecológica espanhola, Teresa Ribera, cujo país detém a presidência semestral do Conselho da União Europeia. Por sua vez, a ministra da Transição Energética francesa, Agnès Pannier-Runacher, declarou estar “atordoada” e “zangada”.
As duas ministras reagiram, deste modo, às palavras do secretário-geral da OPEP, o kwaitiano Haitham al-Ghais, que, esta semana, pediu “urgentemente” aos 23 países-membros ou associados daquela organização para “rejeitarem proativamente” qualquer acordo que vise os combustíveis fósseis nas negociações climáticas.
A intervenção provocou uma série de reações no Dubai, onde o futuro dos combustíveis fósseis está no centro das negociações.
A nação líder da OPEP e do bloco de países árabes, a Arábia Saudita, está a ser cada vez mais acusada de obstrução nas negociações de um acordo na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas de 2023 (COP28), que decorre no Dubai e termina terça-feira.
Exigidas compensações
“Nada põe mais em perigo a prosperidade e o futuro dos habitantes da Terra, incluindo os cidadãos dos países da OPEP, do que os combustíveis fósseis”, lembrou Tina Stege, enviada para o clima das Ilhas Marshall, que se localizam no Pacífico e estão ameaçadas pela subida das águas do mar.
Os países emergentes e em desenvolvimento estão a exigir compensações dos países ricos para assinarem o abandono dos combustíveis fósseis. Entretanto, nos bastidores, os ministros estão a negociar de forma a encontrar uma fórmula capaz de combinar um sinal forte a favor da saída dos combustíveis fósseis e o reconhecimento de que os países não devem sacrificar o seu desenvolvimento económico.